Um aspecto pouco conhecido na atividade de Lênin foi sua luta intransigente contra o “revisionismo do Marxismo”, termo cunhado e explicado por ele. O marxismo veio à luz, dizia, em uma luta contra correntes de opinião equivocadas no movimento operário (proudhonismo, lassalismo e bakuninismo), Lênin conclui que por volta de 1890, o marxismo passou a predominar largamente no movimento operário dos principais países europeus. Conclui que não adiantava mais a burguese combater o marxismo “de fora”; para ter êxito, teria que ser combatido “por dentro”. Ou seja, qualquer corrente que quisesse ter êxito no movimento operário, teria que se apresentar como sendo marxista.

Na incansável luta de Lênin contra o revisionismo, ele apontou as baterias para o “renegado Kautsky”, líder da segunda internacional. Passou a organizar a terceira internacional. Escreve em 1908 um texto sobre o revisionismo, e demonstra que ele ocorre na filosofia, na economia e na política. E passa a defender e atualizar o marxismo nos três campos.

Consegue organizar a terceira internacional e essa passa a criar Partidos Comunistas em todos os continentes. O Marxismo voltava a se tornar teoria do movimento operário. E mais, entendendo que os movimentos de libertação nacional eram fundamentais para a luta do proletariado contra a burguesia, o marxismo se esparrama por todos os continentes durante as décadas seguintes. A vitória da revolução de outubro de 1917 passa a estimular os povos explorados e oprimidos do mundo.

A vitória na segunda guerra mundial sobre o nazifascismo possibilitou o surgimento de novas nações socialistas, notadamente no leste europeu. Os Partidos Comunistas cresciam em muitos países. A terceira internacional deixou de existir.

Em 1953, o Partido Comunista chinês que havia liderado a vitória do povo na revolução de 1949 elabora os cinco princípios da coexistência pacífica, em 1954 os leva para discussão com a Índia e juntos organizaram em Bandung na Indonésia, uma conferência com vários lideres de países da Ásia e da África em 1955 que aumentou esses princípios para 10. Só isto basta para demonstrar que o tal de “dois campos” nunca existiu. Pois, no mínimo, seriam  três.

Em 1956, Nikita Khrushchov, assume o no partido criado por Lenin e na URSS; denuncia os “crimes” de Stalin, o que foi completamente desmascarado, e passou a liderar a segunda grande corrente revisionista dentro do marxismo desde o da segunda internacional. Esse revisionismo causou danos em praticamente todos os Partidos Comunistas do mundo. Dos Partidos no poder apenas dois se levantaram para combater o revisionismo. O Partido do Trabalho da Albânia, que o fez de forma dogmática, e o Partido Comunista da China que o fez de forma dialética, marxista.

O principal veneno do revisionismo Khrushchovista, foi a ‘teoria’ da competição pacífica. Ou seja, a competição era entre dois “campos”: o campo socialista x o campo capitalista. Então os proletários de um campo teriam que lutar contra os proletários do outro? Os revisionistas khrushovistas escreveram uma nova palavra de ordem: “proletários de todos os países, dividi-vos”.

A vida, os fatos (que como insistia Lênin) são ‘cabeças duras’, e têm comprovado toda a justeza de O Capital, e como ele é indispensável para entender qualquer formação social e, principalmente, as contradições do mundo contemporâneo, possibilitou o PCCh fazer essa proposta comunista: por um futuro compartilhado para a humanidade.

Nesta terceira década do século 21, o marxismo, o outro nome do socialismo científico, volta a luzir. E neste mundo turbulento, desafiador e mudancista, o proletariado junto com a juventude e o povo, orientados pelo marxismo, farão grandes mudanças.