Os brasileiros continuam divididos em relação ao governo Lula, com uma ligeira vantagem para os que aprovam a gestão. Mas a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (8) mostra um segmento em que os números favoráveis a Lula avançaram expressivamente: entre os moradores do Sul do País.

Nas eleições 2022, o então presidente Jair Bolsonaro foi o mais votado nos três estados da região, superando Lula por 62,40% a 37,60% no Paraná, por 56,35% a 43,65% no Rio Grande do Sul e por 69,27% a 30,73% em Santa Catarina. Em fevereiro, no levantamento anterior da Quaest, apenas 25% dos eleitores sulistas diziam apoiar o atual governo, enquanto 42% manifestavam rejeição. Para 31%, o governo Lula estava regular.

Agora, a aprovação cresceu nove pontos e foi a 34%. Como a margem de erro no Sul é de até seis pontos percentuais, o índice de aprovação está em empate técnico com a taxa de reprovação, que oscilou para 41%. Quando o levantamento questiona a avaliação do entrevistado sobre o trabalho específico do presidente, a aprovação registra um novo salto, indo de 40% para 47% em três meses. Já a desaprovação entre os sulistas caiu de 57% para 52%

Nos números gerais, relativos a todo o Brasil, 50% aprovam o desempenho de Lula no Planalto e 47% reprovam. Com relação ao conjunto do governo, há um triplo empate: 33% de avaliação positiva, 33% negativa e 31% regular. Nesse caso, com mais amostragem, a margem de erro cai para 2,2 pontos percentuais. Foram ouvidos 2.045 brasileiros, em 120 municípios, de 2 a 6 de maio.

Para Felipe Nunes, diretor da Quaest, os números registrados no Sul e entre os evangélicos ajudaram a estancar a tendência de queda na popularidade de Lula. Mas o fator econômico ainda impede o governo de conquistar mais simpatia aos olhos dos brasileiros. “As pessoas ainda têm uma percepção negativa da economia, acham que Lula não está entregando o que prometeu”, diz Nunes.

Em compensação, é majoritária a percepção de que o avanço na aprovação de Lula no Sul se deve ao apoio federal às vítimas da enchente histórica no Rio Grande do Sul. Além de ter visitado o estado por duas vezes, o presidente liderou a mobilização dos Três Poderes para acelerar ações e medidas de solidariedade, como o reconhecimento do estado de calamidade pública.

“Dá para especular que, obviamente, esse evento de grandes proporções terá efeito sobre a imagem e percepção que as pessoas têm sobre o governo”, afirma Nunes. “Ainda é cedo para dizer se já houve um efeito político sentido, mas todas as evidências indicam que essa estabilização aponta que o governo pode capitalizar esse fenômeno se, ao longo das próximas semanas, conseguir concretamente entregar uma solução.”