Professores municipais de São Paulo aprovam greve em defesa de reajuste salarial

Os docentes e funcionários da educação municipal de São Paulo realizaram uma manifestação nesta terça-feira (15) em repúdio ao índice de reajuste apresentado pelo prefeito Ricardo Nunes que prevê de 2,60% de aumento a partir de 1º de maio de 2025, e 2,55% a partir de 1º de maio de 2026, índices abaixo da inflação.
As entidades representantes dos docentes e funcionários da educação também aprovaram greve a partir de amanhã (16) em assembleia que reuniu milhares de servidores em frente à Prefeitura. A categoria reivindica reajuste linear de 12,9% para todo o funcionalismo, além da valorização do piso salarial para todos os profissionais da educação, com incorporação desses valores às carreiras, e o fim da alíquota de 14% da contribuição previdenciária.
“Por incrível que pareça, o conjunto de maldades do governo parece não ter fim. Em plena campanha salarial, onde estabelecemos inclusive um prazo para o processo de discussão, negociação, para que se fosse apresentada uma proposta como resposta às nossas reivindicações, o prefeito encaminhou para a Câmara Municipal o projeto de lei dispondo sobre reajustamento para os servidores públicos e aumento do piso somente docente da categoria 1, portanto aqueles que já têm formação de nível médio para a Câmara Municipal”, afirma Claudio Fonseca, presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem).
“É inconcebível esse tipo de proposta, esse tipo de reajuste quando, na verdade, todos os gastos aumentaram, a inflação, os servidores públicos precisam ter valorização, os ativos e aposentados. Nós vamos dar a nossa resposta”, ressaltou Fonseca.
Para a Aprofem (Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo), a proposta é “mais um ataque ao funcionalismo” que aprofunda a desvalorização. “A medida escancara o descaso da gestão com quem garante o funcionamento dos Serviços Públicos na Cidade de São Paulo”, diz a entidade em nota.
Claudete Alves da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Unidades de Educação Infantil (Sedin), afirma que “se não tiver uma mudança de posição [do governo] é muito difícil não ter greve”. João Gabriel, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), diz que o índice geral da inflação é o “mínimo para fazer a discussão da reposição de perdas”.
Novas manifestações, convocadas pelo Fórum das Entidades – que reúne várias categorias de servidores municipais – estão programadas para amanhã.
Fonte: Página 8