Em agosto de 2024, ao receber em Pequim o presidente do Vietnã, To Lam, o líder chinês Xi Jinping exaltou a parceria dos dois países governados por partidos comunistas. “Vamos continuar nossa amizade tradicional e promover conjuntamente o desenvolvimento da causa socialista mundial”, declarou Xi. “Nossa estrada se expandirá mais à medida que, juntos, caminharmos mais.”

Os indicadores econômicos registrados por China e Vietnã indicam que, sim, a “estrada socialista” está em expansão. Conforme levantamento compilado por Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, os dois países voltaram a crescer acima da média das grandes economias ocidentais.

Num cenário de instabilidade pós-pandemia e risco de recessão em diversas regiões da União Europeia, o G7 (grupo das principais nações desenvolvidas) estagnou. Em média, esses sete países – Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Inglaterra, Itália e Canadá – cresceram apenas 1,7% em 2024.

Já na China, a alta do PIB (Produto Interno Bruto) foi três vezes maior: 5%. Mesmo no ranking do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), somente Índia (6,53%) e Indonésia (5,03%) tiveram desempenho melhor. Detalhe: os três países ficam na Ásia, numa evidência de qual continente impulsiona hoje a economia global.

O Vietnã avançou ainda mais. De acordo com dados preliminares citados pela Austin Rating, o país foi o terceiro que mais cresceu no último ano. A estimativa é de uma alta acumulada de 7,1%, a despeito do tufão Yagi, o pior a ter assolado o território em 70 anos. Mais do que essa taxa, só mesmo Macau (região autônoma da China, com crescimento de 9,8%) e Tadjiquistão (8,3%). Para 2025, a meta de crescimento vietnamita é de 8%.

O vigor do PIB dos países socialistas tem forte impacto social. A exemplo da China, o Vietnã atrela seu boom econômico ao combate às desigualdades. Segundo o Banco Mundial, mais de 30 milhões de vietnamitas saíram da pobreza entre 1992 e 2000, sob a liderança do Partido Comunista.