PCdoB avança em BH com mandato popular, pré-candidaturas e reforço às bases

O PCdoB tem dados passos concretos no projeto de revigoramento partidário em Belo Horizonte (MG). A volta dos comunistas à Câmara Municipal, com o mandato do vereador Edmar Branco, representou um estímulo ainda maior para o avanço e o fortalecimento do Partido.
Neste sábado (12), em reunião ampliada, o Comitê Municipal avaliou sua atuação no último período e aprovou o planejamento rumo ao 16º Congresso Nacional do PCdoB. Os dirigentes também lembraram os 53 anos da heroica Guerrilha do Araguaia, que teve início em 12 de abril de 1972 e virou um marco da resistência à ditadura militar (1964-1985).
Com o objetivo de iniciar a preparação para as eleições 2026, a direção aprovou as pré-candidaturas de Wadson Ribeiro a deputado federal e de Edmar Branco a deputado estadual. Além de presidente do PCdoB-MG, Wadson é gerente regional da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
De acordo com uma nota divulgada pelo PCdoB Belo Horizonte, a reunião “consolida como estratégia a necessidade de lançamento” dessas pré-candidaturas. A um ano e meio do pleito, a decisão visa “reestabelecer o mandato do PCdoB mineiro na Câmara dos Deputados e ampliar nossa presença na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, como parte da reconstrução do partido e da construção de um plano nacional de desenvolvimento”.
O Partido aprovou também o ingresso na base do governo Álvaro Damião (União Brasil), que herdou a administração municipal no final de março, após a morte do prefeito Fuad Noman. “Com sua origem na periferia, o Álvaro demonstra ter sensibilidade para as questões sociais”, diz o presidente do PCdoB Belo Horizonte, Richard Romano. “Além disso, ele se comprometeu publicamente com o programa que garantiu a vitória da frente ampla na eleição de 2024.”
A nota agrega: “A participação do PCdoB na Prefeitura de Belo Horizonte precisa ser qualificada e protagonista, de modo que possamos avançar na construção de uma agenda de desenvolvimento para a cidade e contribuir para o sucesso da gestão de Álvaro Damião”. A postura do Partido no governo deve ser “realista e crítica, sem que se afaste de seus reais objetivos estratégicos”.
Mandato
Com mais de 2,3 milhões de habitantes, Belo Horizonte é a única capital do Sudeste em que o PCdoB tem representação na Câmara dos Vereadores. Edmar Branco foi eleito em outubro passado, com 9.813 votos, e assumiu o mandato em 1º de janeiro. A avaliação de seu trabalho parlamentar é positiva.
Para planejar o mandato, sob a coordenação do PCdoB, Branco reuniu cem lideranças de todas as regionais de BH. Em apenas cem dias na Câmara, o vereador realizou uma audiência pública, promoveu uma sessão solene para celebrar os 103 anos do PCdoB, fez 20 visitas técnicas e encaminhou mais de 350 ofícios. Integrante do bloco parlamentar BH Democrática, Branco é membro efetivo da Comissão de Legislação e Justiça.
“É um mandato popular, muito vinculado às comunidades. Denunciamos o déficit habitacional, o crescimento da população em situação de rua, o abandono dos parques públicos, a falta de medicamentos e itens básicos nos centros de saúde”, afirma Edmar Branco. O mandato atua também na área ambiental, a exemplo do mutirão realizado em 22 de março, Dia Mundial da Água, para limpar nascentes.
Além da preparação para o 16º Congresso do PCdoB – que terá assembleias de base (entre julho e agosto) e a conferência municipal (em setembro) –, a prioridade é organizar uma campanha de filiação em Belo Horizonte, aos moldes da campanha nacional. Com foco na juventude, o lema da iniciativa é “O Futuro Tem Partido – Vem Pro PCdoB”.
Na reunião, o PCdoB Belo Horizonte estabeleceu metas de filiação para seus dez comitês distritais e destacou que a campanha é mais um reforço às bases. Estão previstas ações nas ruas, com a Tenda do PCdoB e a distribuição de materiais partidários.
Confira a nota aprovada na reunião:
“A reunião do Comitê Municipal do PCdoB de Belo Horizonte, realizada no dia 12 de abril de 2025, debruçou-se sobre a conjuntura política, a partir da intervenção do camarada Richard Romano, que começou registrando o impacto das medidas de Trump sobre o mundo e o continente.
No Brasil, continua a grande polarização, impondo a necessidade de se disputar a consciência da população. É preciso fazer o contraponto destacando as conquistas do governo Lula, apontando as soluções para os desafios e construindo o novo projeto para o Brasil em 2026.
Em Minas Gerais, o informe do presidente municipal destacou a necessidade do PCdoB contribuir para a articulação de uma frente ampla democrática para derrotar o governo Zema, as candidaturas da extrema direita e construir o palanque para a continuidade do governo do presidente Lula.
Durante os debates, ficou assinalado que o centro do projeto eleitoral do PCdoB no estado e em BH deve ser a retomada da cadeira na Câmara dos Deputados, apresentando, como prioritária, a candidatura de Wadson Ribeiro a deputado federal. Em Belo Horizonte, a Comissão Política indicou a pré-candidatura do vereador Edmar Branco a deputado estadual, compreendendo que é o melhor caminho para o fortalecimento da campanha de Wadson Ribeiro e o esforço de ampliação de nossa presença na Assembleia Legislativa. A candidatura de Edmar Branco deve reforçar o compromisso do PCdoB da capital com a construção de bases populares, alinhadas para o reforço da estrutura partidária e da eleição do deputado federal.
A reunião debruçou-se sobre a nova situação de Belo Horizonte com o falecimento do prefeito Fuad Noman e a posse do novo prefeito, Álvaro Damião. A participação do PCdoB na gestão atual, já indicada como a melhor forma de melhorar a vida da população, precisa ser qualificada e protagonista, de modo que possamos avançar na construção de uma agenda de desenvolvimento para a cidade e contribuir para o sucesso do programa aprovado nas urnas.
É preciso que o partido mantenho uma dinâmica interna de contínua qualificação e aprofundamento nos temas e questões estratégicas de Belo Horizonte, sempre com foco na construção de um projeto de desenvolvimento. Assim, cabe ao partido, em Belo Horizonte uma postura construtiva, realista e crítica, sem que se afaste de seus reais objetivos estratégicos.
Os dirigentes e militantes presentes à reunião saíram com uma programação de lutas que tem, no plebiscito pelo fim da escala 6 X1, a isenção do imposto de renda até R$ 5 mil, a taxação dos super-ricos e o não à anistia, sua prioridade.”