27% dos brasileiros querem segurança pública como prioridade de Lula
A pauta da segurança pública é tida como prioritária para a população brasileira, conforme pesquisa do instituto Real Time Big Data, publicada nesta quinta-feira (13). Para 27% dos entrevistados, o tema deve ser prioridade do governo brasileiro neste momento.
As outras prioridades apontadas são: saúde (23%), educação (20%), economia (16%), desenvolvimento social (10%) e meio ambiente (4%).
O fato de a questão ambiental estar em último lugar chama a atenção, pois acontece até o dia 21 de novembro, em Belém (PA), a COP30, principal fórum de discussões mundiais sobre mudanças climáticas e preservação ambiental.
Parte desse resultado aparece no recorte do estudo, que observa que 62% dos entrevistados demonstraram não saber o que é a Conferência sobre as mudanças climáticas.
O levantamento ouviu 1.500 pessoas entre 11 e 12 de novembro e conta com margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou menos.
Segurança Pública
O tema sempre esteve entre as principais preocupações da população brasileira. Agora, com a Operação Contenção, no Rio de Janeiro (RJ), tratada como chacina por diversas entidades da sociedade civil, o debate sobre segurança pública ganhou nova repercussão, refletida pela pesquisa Real Time Big Data.
Nesta área, o governo Lula fez avanços positivos no combate às facções criminosas com a maior ação da história no combate ao crime organizado, a Operação Carbono Oculto. Por meio dela, a Receita e a Polícia Federal puderam desvendar um grande esquema que utiliza refinarias e postos de combustíveis para lavar dinheiro com ajuda de operadores de mercado sediados na Avenida Faria Lima, em São Paulo.
Além disso, o governo federal entregou ao Congresso Nacional, em abril, a PEC da Segurança Pública, sabotada por parlamentares e governadores de direita que agora tentam correr atrás do tempo perdido com propostas sem consenso, até mesmo dentro de seu campo político.
As tentativas de apresentar um Projeto de Lei Antifacção pelo relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), até o momento, se mostraram frustradas. O PL, já modificado algumas vezes (está na sua quinta versão), é visto como “monstrengo jurídico” e como agente desestabilizador do sistema penal e processual.
Derrite já voltou atrás em trechos mal explicados do texto que indicavam o esvaziamento das atribuições da Polícia Federal, em evidente benefício aos criminosos que o deputado jura combater.
Genial/Quaest
Os dados coletados pela pesquisa Genial/Quaest corroboram o indicativo da pesquisa Real Time. De acordo com o instituto, 67% dos entrevistados aprovaram a ação policial no Rio de Janeiro. No entanto, quando se questiona os entrevistados fora do Rio, 55% indicam não querer uma operação similar em seu estado, enquanto 42% gostariam e 3% não souberam ou não responderam.
Para a grande parte da população, 46%, a principal medida que deve ser adotada para melhorar a segurança e reduzir a violência consiste em leis mais rígidas, penas maiores e uma justiça mais firme, enquanto para 27%, medidas sociais, mais educação e oportunidades deveriam ser priorizadas para combater a criminalidade.
Já entre as propostas que tramitam no Congresso, 88% se posicionam pelo aumento de pena para homicídios a mando do crime organizado, 65% querem o fim de visitas íntimas para faccionados detidos e 60% apoiam a PEC da Segurança Pública.
Nessa parte de propostas, destaca-se — apesar do grande teor conservador que permeia a área — que 70% da população é contra a facilitação do acesso a armas de fogo e 48% contra que cada estado tenha uma legislação própria sobre segurança pública.
O levantamento da Genial/Quaest aconteceu entre 6 e 9 de novembro, com 2.004 entrevistas realizadas em 120 municípios das cinco macrorregiões do país. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais.




