Cineasta Miguel Viveiros | Foto: Reprodução/Redes sociais

O cineasta brasileiro Miguel Viveiros de Castro, que participou da Flotilha Global Sumud, relatou que Israel agrediu com uma “chave-de-braço” e outros golpes os ativistas que estavam levando ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.

Os barcos da Flotilha Global Sumud foram assaltados pelas hordas israelenses em águas internacionais e as tripulações foram sequestradas e levadas inicialmente para o porto de Ashdod, em Israel. Miguel foi deportado para a Jordânia nesta terça-feira (7) junto com outros brasileiros.

“Eles davam uma chave-de-braço bem forte, jogavam nossa cara no chão e nos levavam praticamente arrastados para uma parte de concreto, onde a gente ficou muitas horas”, relatou Miguel Viveiros.

O cineasta contou que os prisioneiros foram mantidos sob o sol e tiveram seus pertences jogados fora. Além disso, Israel os obrigou a assistir a vídeos com pessoas mortas. “Dava pra dizer que a gente era uma espécie de prisioneiro VIP dentro de um campo de concentração”, relatou Miguel.

Segundo o portal g1, entre a noite de quarta-feira e a madrugada de sexta, Miguel não fez contato com a família. A coordenação da flotilha afirmava que o veleiro Catalina não estava em nenhuma das listas oficiais de embarcações interceptadas e que ele era considerado “possivelmente detido”. Em comunicado, os familiares rejeitaram o termo ‘possivelmente’.

“Não aceitaremos a palavra ‘possivelmente’. Não aceitaremos a neutralidade cúmplice. Exigimos ação, denúncia e verdade”. “A incerteza é devastadora. É uma forma de sofrimento que destrói por dentro, que impede a família de respirar, que torna cada minuto uma tortura”, afirmaram os familiares.

Porém, um novo comunicado divulgado pela ‘Global Sumud Flotilla’ na sexta-feira (3), confirmou que Miguel e João Aguiar, o outro brasileiro que estava desaparecido, foram confirmados como detidos pelo governo israelense.

A nota da família citava que havia 15 brasileiros a flotilha, e que 13 apareciam como sequestrados. “Dois não apareceram, e Miguel era um deles”, dizia o texto. Mas numa atualização posterior divulgada pela coordenação da missão dava conta de que eram 14 brasileiros.

De acordo com o grupo, os dois estavam presos com outros integrantes da flotilha.

João estava a bordo do veleiro Mikeno, uma das embarcações assaltadas pelos criminosos israelenses na noite de 2 de outubro. O sistema de monitoramento indicou que o Mikeno permaneceu por um longo período dentro das águas territoriais palestinas, mas os participantes perderam contato com a embarcação após um ataque com jatos de água, que danificaram as câmeras e interromperam as comunicações.

Já o veleiro Catalina, onde estava Miguel, também ficou sem contato com os outros barcos e por isso foi dado como desaparecido. João e Miguel foram levados para o porto de Ashdod, em Israel, onde ficaram aprisionados e enfrentaram as agressões e humilhações.

Fonte: Página 8