Foto: Instagram

A Polícia Federal indiciou, na terça-feira (2), uma passageira que gritou e tentou agredir o ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), durante voo de São Luís para Brasília. A corporação informou que a mulher responderá por injúria qualificada e incitação ao crime.

A confusão ocorreu na tarde da segunda-feira (1º). Segundo o gabinete de Dino, o ministro estava sentado, e aguardava a decolagem, quando uma mulher embarcou e, aos gritos, começou a ofendê-lo verbalmente.

Ainda de acordo com a equipe de Dino, a passageira teria gritado que “não respeita essa espécie de gente” e que o “avião estava contaminado”. Ela também tentou avançar em direção ao assento do ministro, mas foi contida por segurança.

Em nota, a assessoria de Dino lamentou o episódio e afirmou que as medidas cabíveis foram adotadas.

“Agressões físicas e verbais, ainda mais no interior de um avião, são inaceitáveis, inclusive por atrapalharem outros passageiros e colocarem em risco a operação do próprio voo, que é um serviço essencial”, diz nota

O indiciamento do fato ocorre no mesmo dia em que o STF começa a julgar a ação penal que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a mais de 40 anos de prisão.

Até a próxima sexta-feira (12), a Corte também vai julgar outros sete réus do chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado. A decisão cabe aos cinco ministros da Primeira Turma do STF. Flávio Dino é um deles.

Os demais membros da Primeira Turma são: Cristiano Zani (presidente), Alexandre de Moraes (relator), Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Em prisão domiciliar e com tornozeleira eletrônica, Bolsonaro não compareceu à sessão desta terça-feira. O ex-presidente nega qualquer crime e afirma que os atos descritos na denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) são “absurdos”.

A mulher que hostilizou o ministro chama-se Maria Shirlei Piontkievicz, servidora do governo do Estado do Paraná. Segundo a PF, ela foi enquadrada nos crimes de injúria qualificada — por ofensas públicas à dignidade do ministro — e incitação ao crime, por estimular que outros passageiros se unissem às agressões.

Segundo Lauro Jardim, de O Globo, nas redes sociais ela costuma fazer postagens contra o STF, Lula e a partidos de esquerda.

Nas redes sociais dela, também foram encontradas mensagens de apoio a Jair Bolsonaro, segundo Paulo Cappelli, do Metrópoles. 

Ainda segundo a equipe de Dino, ela apontava na direção dele e gritava “o Dino está aqui”, numa tentativa de incitar rebelião a bordo.

Após ser advertida, a passageira cessou as hostilidades. A PF foi acionada ainda no aeroporto de São Luís e comunicou o caso à Superintendência em Brasília. A investigação concluiu pelo indiciamento.

Fonte: Página 8