Sergey Lavrov | Foto: AFP

O ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov assinalou que o acordo a ser negociado entre a Rússia e a Ucrânia deve ter por base a garantia do princípio da “segurança coletiva e nos princípios da indivisibilidade da segurança”, ou seja, um entendimento não pode ser com base nos interesses de apenas um lado, o lado do regime de Kiev.

Qualquer coisa fora disso, define Lavrov mostra o não “comprometimento em encontrar uma solução confiável e segura”, enquanto que “Moscou sempre foi a favor de um diálogo honesto”.

Lavrov enfatizou que o governo da Ucrânia, liderado por Volodymyr Zelensky, não está pronto para fazer um acordo. Ele disse que Kiev não está interessado em um acordo “sustentável e duradouro”, que a única coisa que o governo ucraniano pensa é a imposição de novas sanções na tentativa de colapsar a economia russa.

Lavrov também acusou os ucranianos de se associar a ideologias nazistas, fazer uma política de erradicação da língua russa no país, violar os direitos de minorias na Ucrânia e reprimir a Igreja Ortodoxa Ucraniana, uma política de extermínio que satisfaz os interesses de líderes europeus.

Lavrov disse que o presidente russo, Vladimir Putin, está preparado para fazer negociações com o governo ucraniano, mas questionou a autoridade de Zelensky na hora de assinar um acordo de paz.

O presidente russo já havia botado em dúvida a legitimidade da presidência de Zelensky, já que seu mandato terminou em maio de 2024, mas com a guerra, nenhuma nova eleição foi feita. Os russos disseram estar preocupados que o próximo presidente eleito na Ucrânia não respeite o acordo e use a contestação da legitimidade de Zelensky como uma maneira de suspender qualquer acordo feito.

“Com o entendimento de que todas as questões que requerem consideração no mais alto nível serão bem resolvidas, e especialistas e ministros prepararão recomendações apropriadas,” disse Lavrov ao ser perguntado por jornalistas se Putin se reuniria com Zelensky.

“E, claro, com o entendimento de que quando e se, espero quando, se trata de assinar acordos futuros, a questão da legitimidade da pessoa que assina esses acordos do lado ucraniano será resolvida,” disse.

Lavrov também acusou os líderes de países europeus, como o Reino Unido, a Alemanha, França e Itália, de tentarem sabotar qualquer acordo que leve ao fim da guerra, pois a única coisa no interesse deles é a total derrota da Rússia.

“Os países europeus seguiram o Sr. Zelensky a Washington e tentaram avançar sua agenda lá, que visa garantir que as garantias de segurança sejam baseadas na lógica de isolar a Rússia,” disse Lavrov. Uma coisa totalmente inaceitável, segundo Lavrov.

Ele lembrou das discussões que os governos da Rússia e a Ucrânia tiveram quando se reuniram em Istambul em 2022. Que essa seria a melhor opção para a Ucrânia, e que os princípios e garantias do acordo foram de iniciativa da delegação ucraniana, que foram apoiados pela delegação russa e eram “verdadeiramente baseados no princípio da segurança coletiva e nos princípios da indivisibilidade da segurança”.

Fonte: Papiro