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A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025 foi revisada pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, passando de 2,4% para 2,5%. O ajuste faz parte da edição de julho do Boletim Macrofiscal, divulgado na sexta-feira (11).

Além da revisão do PIB, o documento indica a queda da perspectiva para a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que passou de 5% para 4,9%.

O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, explicou que as expectativas do mercado financeiro têm convergido para as projeções da Fazenda, algo que tem se repetido nos últimos dois anos. No Boletim é apontado que, mesmo com a política monetária restritiva, o mercado de trabalho no segundo trimestre apresentou resiliência, o que representa um cenário melhor do que o previsto para o consumo das famílias.

Conforme a SPE, a queda na taxa de desemprego, de 6,5% em março para 6,1% em maio, bem como a redução nas taxas de subutilização e informalidade contribuem para este quadro de aumento da atividade econômica. Ainda assim, o PIB do segundo trimestre deste ano deverá apresentar desaceleração. O documento também revela que para os próximos anos a perspectiva de crescimento é de 2,6% ao ano.

Quanto à inflação, o cenário reflete as taxas abaixo do esperado em maio e junho, assim como a valorização do real frente ao dólar. Para 2026 o IPCA previsto é de 3,6% e a partir de 2027 a convergência para o centro da meta de inflação de 3%. A SPE ainda mostra redução em outros índices: Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 4,9% para 4,7%; e Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), de 5,6% para 4,6%.

Tarifas dos EUA

Mello explicou que as projeções ainda não captam possíveis impactos do aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, que passam de 10% para 50%. Em sua avaliação, o mercado brasileiro é diversificado e buscará novos nichos. Assim, possíveis impactos serão concentrados em alguns setores, o que não trará influência para o crescimento econômico brasileiro.

Dessa maneira, o secretário entende que é precoce qualquer avaliação. Porém, a medida poderá até mesmo ter um efeito deflacionário no Brasil, uma vez que pode aumentar a oferta de produtos no mercado interno. Entre esses produtos estão, principalmente, café, carne e suco de laranja.

Dados apontam que as exportações brasileiras para os Estados Unidos representam aproximadamente 2,16% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Além dos produtos já citados, o país também exporta para os EUA óleos brutos de petróleo, ferro, aço, celulose, aeronaves e máquinas para o setor de energia.