Eduardo Bolsonaro | Foto: Juan Mabromata/AFP

O conspirador pró-EUA, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), criticou, na última segunda-feira (21), a iniciativa de formar comitiva de senadores brasileiros, que pretendem viajar aos Estados Unidos para discutir a tarifa de 50% sobre produtos de exportação imposta por Donald Trump.

A iniciativa é mais que correta, inclusive porque um dos papéis precípuos do Senado e, portanto, do senador é representar os interesses do Estado pelo qual foi eleito. A medida de Trump afeta o Brasil como um todo, em particular os Estados exportadores, principalmente, São Paulo.

Segundo Eduardo, a iniciativa “parece seguir o padrão de sempre: políticos que visam adiar o enfrentamento dos problemas reais, vendendo a falsa ideia de ‘vitória diplomática’ enquanto ignoram o cerne da questão institucional brasileira”.

O Senado, no caso, está preocupado com os desdobramentos econômicos e sociais da iniciativa deletéria de Trump, se for efetivamente implementada, a partir de 1º de agosto. Eduardo Bolsonaro, não. Está por trás das ações dele sabotar e instigar Trump contra o Brasil.

Em nota, o deputado escreveu que os parlamentares envolvidos na missão não representam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Para Eduardo, a viagem seria gesto simbólico, “vazio de legitimidade”, e que demonstra “desrespeito” à carta enviada por Trump, documento no qual, segundo o deputado, o americano teria indicado os passos necessários para a restauração da democracia no Brasil.

“Buscar interlocução sem que o País tenha feito sequer o gesto mínimo de retomar suas liberdades fundamentais, como garantir liberdade de expressão e cessar perseguições políticas, é vazio de legitimidade”, escreveu.

O deputado também destacou o que chamou de “constrangimento”, com a presença da comitiva de senadores ligados ao presidente Lula (PT), a quem acusa de manter postura hostil em relação aos Estados Unidos.

Eduardo Bolsonaro enfatizou que não possui qualquer envolvimento com a articulação da comitiva. Ele não precisava escrever isso, pois todos sabem que o deputado está do outro lado do problema. Ele está com os Estados Unidos, contra o Brasil.

“Reafirmo que não tenho qualquer vínculo com essa iniciativa parlamentar, fadada ao fracasso”, escreveu. Mesmo assim, ironizou: “Confesso até simpatizar com a ideia de que venham, não por acreditar que terão sucesso, mas porque poderão constatar que aquilo que eu e Paulo Figueiredo temos dito: não há sequer início de discussão sem anistia ampla, geral e irrestrita!”

A CRE (Comissão de Relações Exteriores) do Senado marcou a data para enviar a comitiva plural de senadores aos Estados Unidos.

O acordo, agora, é que, apesar do recesso parlamentar, os senadores irão para Washington, dia 29 de julho. As agendas devem seguir até o dia 31, com reuniões entre senadores de ambos os países, além de encontros com empresários locais.

Fonte: Página 8