O PCdoB Belo Horizonte realizou, neste sábado (13), sua 19ª Conferência Municipal, um espaço fundamental de debate e mobilização de seus filiados. O encontro, realizado no Hotel Financial, ocorreu no contexto do 16º Congresso do PCdoB e reafirmou a importância de uma frente ampla para derrotar a extrema direita em 2026 e o papel essencial do partido na construção de uma consciência política progressista entre a classe trabalhadora belo-horizontina.

Cerca de 450 filiados foram mobilizados durante o período de pré-conferência, em assembleias de base e encontros. A plenária final reuniu mais de 300 militantes, entre dirigentes, representantes de diversos movimentos sociais e categorias profissionais, além de delegados e convidados.

Os delegados elegeram a nova direção municipal, que conta com 52 integrantes – com 20% jovens e paridade entre homens e mulheres. Richard Romano foi reconduzido à presidência. “O esforço da nova direção vai se concentrar na retomada da cadeira na Câmara dos Deputados, com a eleição de Wadson Ribeiro, e em ampliar nossa presença na Assembleia Legislativa, com a eleição do nosso atual vereador Edmar Branco a deputado estadual”, afirmou. “Saímos fortalecidos deste último período – e vamos continuar no processo de revigoramento partidário em curso, com construção das bases e vínculo com a luta popular.”

Para Richard, o balanço da atuação da sigla nos últimos dois anos foi positivo. “Na nossa última conferência, havíamos tirado dois desafios. O primeiro era derrotar a extrema direita na cidade, e contribuímos com isso ao eleger Fuad Noman no segundo turno. O segundo desafio, também alcançado, foi eleger o Edmar Branco na Câmara Municipal.”

Branco fez uma saudação à Conferência e destacou que o PCdoB voltou a ter voz na Câmara. “Nosso mandato tem feito um esforço para contribuir na construção partidária. Fizemos uma intensa mobilização na região do bairro Paulo VI que engajou lideranças comunitárias nos debates do 16º Congresso do partido. São pautas fundamentais para o Brasil e para Belo Horizonte”, declarou o parlamentar.

A secretária municipal de Formação e ex-deputada federal, Jô Moraes, ressaltou a relevância de os filiados se reunirem em iniciativas como a 19ª Conferência Municipal do PCdoB Belo Horizonte. “É importante, neste momento, de grandes desafios, ter fóruns coletivos para estudar a realidade e compreender o pensamento marxista que nos orienta e tirar definições para guiar nossa luta para uma sociedade melhor”, frisou.

Para a secretária de Organização, Júlia Inez Botelho, o biênio 2025-2026 trará novos obstáculos, mas também oportunidades para os comunistas avançarem ainda mais nas disputas políticas locais. “O maior desafio será reforçar as bases do partido. É preciso que essas bases tenham formação e muita atuação nos territórios. Um partido sem base perde o sentido”, destacou.

Diversas lideranças políticas estiveram presentes, entre elas a presidenta da CTB Minas, Valéria Morato; os vereadores Pedro Patrus (PT) e Professora Nara (Rede); o ex-vereador do PCdoB Paulão; Laura Farias, presidenta do MPM (Movimento Popular de Mulheres); Léo Evangelista, da UCMG (União Colegial de Minas Gerais); Edvalda Modesto, do Minas Moradia; Igor Félix, presidente da UJS-MG (União da Juventude Socialista); e Alexandre Braga, dirigente da Unegro-MG (União de Negros e Negras pela Igualdade).

Debate

A apresentação do Projeto de Resolução Política (PRP) do 16º Congresso do PCdoB ficou a cargo do secretário nacional Sindical do partido, Nivaldo Santana, e de Wadson Ribeiro, membro da Comissão Política Nacional e presidente do PCdoB-MG.

Nivaldo destacou quatro pontos principais da conjuntura internacional: a crise sistêmica do capitalismo, a movimentação do eixo de poder para uma nova ordem multipolar com a ascensão da China, o ressurgimento da extrema direita e a viabilidade do socialismo como saída para superar o capitalismo em colapso.

“Tudo que acontece no mundo interfere no Brasil e o que acontece no Brasil também interfere no mundo. Por isso, temos que compreender a realidade brasileira à luz dessa circunstância política internacional”, afirmou.

O dirigente também falou dos principais desafios apontados no PRP: “O primeiro é reeleger Lula em 2026, e para isso estamos construindo uma agenda positiva com a defesa da soberania nacional e da democracia, que se materializam, do ponto de vista popular, nas bandeiras do plebiscito”. Como segundo desafio, Nivaldo apontou a necessidade de construir uma agenda nacional de desenvolvimento com soberania, valorização do trabalho e justiça social.

“O último desafio apresentado pelo PRP é a necessidade de reposicionar e revigorar o PCdoB como instrumento central da luta social, política e de classe. O partido tem que ser instrumento para avançarmos com a nossa perspectiva socialista”, concluiu.

Em sua fala, Wadson Ribeiro ressaltou que o Brasil precisa encontrar um caminho de desenvolvimento próprio com soberania e democracia, levando em conta os direitos do povo. O dirigente fez uma crítica contundente ao tarifaço promovido pelo governo Donald Trump (EUA). “O que eles tentaram fazer no Brasil é interromper um governo que quer fazer com que o Brasil ande para frente, que quer investir na indústria nacional, em ciência e tecnologia, em inovação, que quer modernizar o Brasil. É isso que os Estados Unidos não querem. Querem que a gente continue a ser um grande quintal para os interesses norte-americanos”.

Para Wadson, é imprescindível que o partido se reconecte com a classe trabalhadora e com o povo brasileiro. “É preciso estar em cada ponto e em cada área do país. É preciso ter estratégias que agreguem características da nossa população e da cultura nacional e suas expressões”. Ele também afirmou a necessidade de combater qualquer tipo de rebaixamento do papel estratégico do partido. “Precisamos abrir um caminho democrático e que seja de virada profunda, conduzir a sociedade para um desenvolvimento sustentável. Precisamos fortalecer o PCdoB nessas batalhas”, concluiu.

Comenda Gilse Cosenza

A Conferência foi concluída com a entrega da Comenda Gilse Cosenza a 19 militantes históricos do partido, em reconhecimento à trajetória de luta em defesa da democracia, da justiça social e do socialismo. Gilse Cosenza, saudosa comunista, dedicou sua vida ao PCdoB e à construção de um Brasil democrático, soberano e igualitário.

Confira a nova direção do PCdoB Belo Horizonte

  • Aldanny Rezende
  • Alexandre Braga
  • Ana Cecília Antunes
  • André Nascimento
  • Andreia Militão
  • Antonia Aranha
  • Carmélia Maria Viana
  • Cyro Viegas
  • Dalidson Ribeiro
  • Edmar Branco
  • Edvalda Modesto
  • Eleciana Tavares
  • Exupério Dias
  • Fabiana Nunes Martins
  • Frederico Vinícius de Matos
  • Genoveva Moraes
  • Geromira Martins
  • Gileade Valente
  • Iara Oliveira
  • Igor Félix
  • Isadora Scorcio
  • Ivone Nicolau
  • Jô Moraes
  • José Antônio Lacerda
  • José Nunes Neto
  • Júlia Inez Botelho
  • Laura Farias
  • Léo Evangelista
  • Lina Rocha
  • Manuel Arnesino Carlos
  • Marcos Oliveira
  • Marilda Silva
  • Marilea Rodrigues
  • Mateus Santos Machado
  • Newton de Souza
  • Osvaldo Capelari
  • Paulo Cesar Machado
  • Penelope Gomes
  • Richard Romano
  • Rômulo Augusto
  • Sandro Gonçalves
  • Santuza Rodrigues
  • Sara Gonçalves
  • Silvia Laura Gomes
  • Sofia Amaral
  • Tânia Menezes Rios
  • Telma Santos
  • Tiago Alves
  • Valéria Morato
  • Vinícius Frederico
  • Wellington Fidelis
  • Wilson Wagner W2
  • Weslley Cantelmo

Confira os militantes homenageados com a Comenda Gilse Cosenza:

  • Antônia Vitória Soares Aranha
  • Carmélia Viana da Rocha
  • Celina Alves Padilha Arêas
  • Francisco Panadés Rubió
  • Geromira Martins Abreu
  • Gildásio Westin Cosenza
  • João Athaíde Valadares
  • João Batista Cassiano (Joãozinho)
  • Jô Moraes
  • José Antônio de Lacerda
  • José Carlos Padilha Arêas
  • Júlia Inez Botelho Aguilar
  • Maria Isabel Bebela Ramos
  • Manoel Geraldo Cação (Quincas)
  • Newton Pereira de Souza
  • Paulo Augusto dos Santos (Paulão)
  • Paulo César Machado Pereira (Paulinho)
  • Petrônio Gabriel Frade
  • Wellington Teixeira Gomes