Sindicalismo abraça Plebiscito Popular e leva votação às bases
O movimento sindical saiu às ruas para promover o Plebiscito Popular 2025, que acontece de 1º de julho a 7 de setembro. Centrais, federações e sindicatos já contam com suas urnas em suas sedes – mas também realizem uma programação especial para levar a votação às bases.
É o caso da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e da Fitmetal (Federação Nacional de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil). “Orientamos à todas as seções estaduais e as entidades filiadas a instalarem suas urnas próprias de coleta de votos”, afirma Rogério Nunes, dirigente nacional da CTB e membro da Executiva Nacional do Plebiscito Popular.
A sede nacional da central, na Rua Cardoso de Almeida, em São Paulo, recebeu uma das primeiras urnas, já no começo de julho. O Plebiscito também tem sido pauta dos congressos estaduais da CTB, que precedem o 6º Congresso Nacional, marcado para agosto, na Bahia.
No caso da Fitmetal, uma circular, assinada pelo presidente Alex Custodio, recomendou às entidades de base que destaquem um ou mais dirigentes para ampliar a votação. “Além disso, devido ao impacto positivo das propostas para a maioria dos trabalhadores, a ideia é ampliar a rede de votantes e chamar outras entidades a participarem”, registrou Alex.
Focos diferenciados
O Plebiscito Popular é uma iniciativa das Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo. Ao votar, o participante responde a duas perguntas – uma, sobre a carga de trabalho no Brasil; e a outra, sobre justiça tributária:
Você é a favor da redução da jornada de trabalho sem redução salarial, e pelo fim da escala 6×1?
Você é a favor de que quem ganhe mais de R$ 50 mil pague mais imposto, para que quem recebe até R$ 5 mil não pague imposto de renda?
Os focos de cada sindicato são diferenciados – cada entidade dá ênfase às pautas mais relacionadas à sua categoria. Entre os comerciários, por exemplo, prevalece o debate sobre o fim da escala 6×1. Para os trabalhadores da indústria, a luta pela redução da jornada tem mais peso.
No Rio de Janeiro, o Sindicato dos Comerciários, presidido por Márcio Ayer, transformou a sede e as subsedes em pontos de votação. “Estamos mobilizando a categoria pela pauta do fim da escala 6×1, que atinge diretamente a nossa categoria”, diz Márcio. “Vamos fazer mutirões para ter urnas itinerantes em shoppings e em mercados, fortalecendo essa luta do Plebiscito e dando a pressão necessária para avançar com essas importantes pautas no Congresso Nacional.”
Grande adesão
Nas bases operárias, o Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região sobressai pelo empenho em mobilizar os trabalhadores. Para impulsionar o Plebiscito, a entidade lançou uma campanha pela isenção no imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, fez assembleias com caminhão de som em portas de fábrica e convocou um ato-show para 2 de agosto.
“A adesão dos trabalhadores é grande e muito gratificante, especialmente na pauta da isenção do imposto de renda”, declara Paulo Andrade, presidente do sindicato. “Com a redução da jornada, muitos ficam receosos de início porque pensam que vão perder parte do salário. O Plebiscito nos ajuda a falar diretamente com esses trabalhadores, esclarecer os fatos e mostrar que o projeto preserva o que já conquistamos.”
O Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Similares de São Paulo) também “vestiu a camisa” do Plebiscito. Além de urnas fixas na sede e na subsede, a entidade promove votações nas unidades de trabalho. “A resposta da base está sendo forte e crescente”, informou o sindicato em suas redes.
Na opinião do secretário-geral Ricardo Adriane, o Peixe, as urnas itinerantes atraíram ainda mais os trabalhadores ecetistas ao Plebiscito. “Estamos colhendo os votos na base – e fomos, em todo o Brasil, o primeiro sindicato de trabalhadores dos Correios a fazer isso”, afirma Peixe. “Orientamos todos os diretores do Sintect-SP a ter esse contato direto com os trabalhadores, para aglutinar mais votos.”