Luciana: PCdoB celebra 103 anos erguendo alto a bandeira da democracia e do socialismo

Em ato pelos 103 anos do PCdoB, realizado na noite desta sexta-feira (21) no Recife (PE), durante o Encontro Regional dos comunistas da região Nordeste, a presidenta nacional do partido, Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, salientou que os comunistas, conforme compromisso centenário, erguem alto a bandeira da defesa da democracia, bem como a do socialismo.
A dirigente destacou que, o ao longo de sua trajetória, o PCdoB sempre esteve à frente “de grandes esforços para responder às exigências da luta de classes da contemporaneidade”.
Salientou, ainda, que a questão mais relevante de nosso tempo é a jornada pela construção de saídas à crise do capitalismo. “Para os comunistas, a alternativa em nosso país tem como essência fortalecer o Brasil e lutar pelo socialismo”, apontou.
Leia abaixo a íntegra de seu discurso
PCdoB celebra 103 anos erguendo alto a bandeira da democracia e do socialismo!
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) comemora, neste 25 março, 103 anos de fundação, sempre à frente de grandes esforços para responder às exigências da luta de classes da contemporaneidade. Aqui em Pernambuco, palco do ato nacional do aniversário do PCdoB, surgiu uma das vertentes que formariam o Partido Comunista do Brasil, os círculos de estudos marxistas, no Recife, que teve como um dos líderes Cristiano Cordeiro, delegado ao Congresso de fundação do Partido, em Niterói, Rio de Janeiro. Era o início da tradição de forte presença dos comunistas em importantes acontecimentos da nossa história no estado de Pernambuco.
A questão mais relevante de nosso tempo é a jornada pela construção de alternativas ao capitalismo em crise. Para os comunistas, a alternativa em nosso país tem como essência fortalecer o Brasil e lutar pelo socialismo. Estamos convictos da justeza da luta pela realização de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento (NPND), alicerçado na democracia e com um conteúdo que confronta o imperialismo, a oligarquia financeira e o latifúndio. Com este teor, o NPND é o caminho brasileiro para o socialismo.
A celebração de 103 anos de presença contínua nas batalhas e lutas que construíram o Brasil ocorre próxima à convocação do 16º Congresso da legenda comunista, momento maior de sua democracia interna. Com base no método de elaboração coletiva, que se apoia na inteligência do coletivo militante, em interação com o pensamento marxista e progressista do país, o 16º Congresso sistematizará análises e diretivas de ação, de lutas e dos desafios do Brasil e da classe trabalhadora no contexto de uma realidade mundial conturbada, em transformação.
Desse modo, a questão fundamental do 16º Congresso é apontar caminhos que construam uma nova vitória da nação e da classe trabalhadora em 2026, um novo triunfo da aliança ampla liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com protagonismo da esquerda e demais forças progressistas, impulsionada pela unidade e mobilização do povo. É imperativo isolar o campo da extrema-direita e da direita, livrando o país do retorno do neofascismo, com toda a destruição e regressão que isso representaria.
Em razão disso, o objetivo tático dos comunistas, na atualidade, é atuar para que o governo do presidente Lula conclua com êxito a missão de reconstruir o país e proporcione mais direitos e vida digna ao povo, vencendo as pressões da oligarquia financeira e a oposição cerrada da extrema-direita. O PCdoB luta para que o governo Lula avance nas conquistas do povo e na defesa dos interesses nacionais. Considera de grande relevância o programa Nova Indústria Brasil, criado para a modernização tecnológica do parque industrial brasileiro, e se empenha pelo seu progresso.
Insere-se no programa a transição ecológica, tema que se liga à luta ambiental, também de alta relevância sobretudo nesse momento de preparação da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que se realizará em novembro em Belém, a capital paraense. Para o PCdoB, a grave situação ambiental do planeta deve ser tratada, nos marcos da nossa soberania, como prioridade máxima.
O PCdoB, por meio de sua inserção nas lutas sociais, defende a unidade da classe trabalhadora, dos movimentos populares e demais setores progressistas para enfrentar desafios como a batalha pela isenção de Imposto de Renda (IR) de trabalhadores que ganham até R$ 5 mil por mês e a tributação sobre os rendimentos mensais provenientes de lucros e dividendos superiores a R$ 50 mil e a redução da jornada de trabalho, com destaque para a batalha atual pelo fim da escala 6×1.
Os comunistas, conforme compromisso centenário, erguem alto a bandeira da defesa da democracia que, na atualidade, requer, entre outras tarefas, repelir as manobras da extrema-direita, apoiando decididamente o Supremo Tribunal Federal (STF) na aplicação dos preceitos do Estado Democrático de Direito. A robustez das provas e o rigor jurídico da peça acusatória da Procuradoria Geral da República (PGR) indicam o que a consciência democrática do país exige: punição exemplar a Bolsonaro e a toda cúpula golpista.
O 16º Congresso também sistematizará uma nova etapa do movimento de revigoramento do PCdoB em suas múltiplas dimensões, notadamente no reforço de seus vínculos com os movimentos e lutas do povo e dos trabalhadores, em sua inserção na luta ideológica e alcance crescente de sua comunicação, resultando em um Partido mais forte e influente, mais organizado desde as bases militantes.
As tarefas nacionais, cruciais ao Brasil, na elaboração do 16º Congresso estarão contextualizadas numa realidade mundial marcada pela crise estrutural do capitalismo, ao mesmo tempo em que a transição que se opera no quadro de forças mundial atinge novo patamar com o declínio acentuado da hegemonia do imperialismo estadunidense e a emergência de parcerias e blocos de países de sentido anti-imperialistas, como os BRICS. Destacam-se novos polos de poder, em especial a República Popular da China, por sua pujança econômica e tecnológica, e por sua diplomacia de cooperação e ganhos recíprocos entre as nações.
Diante da política de guerra do governo Donald Trump, nos Estados Unidos, ganha relevância a luta pela paz, a defesa da cooperação entre os povos, o fortalecimento do BRICS – atualmente sob a presidência Brasil – e a integração sul-americana e latino-americana. Apesar do cenário internacional instável, perigoso e em mudança, abrem-se janelas de oportunidade para que nações como Brasil realizem suas potencialidades pela via do desenvolvimento soberano que, todavia, requer a construção de um consenso social, político, econômico, cultural, o mais largo possível, em torno de um projeto de nação.
Apesar dos impasses e riscos que pairam sobre o Brasil e boa parte do mundo, o Partido Comunista do Brasil, nas comemorações de seus 103 anos de lutas, transmite ao povo brasileiro a mensagem de esperança e confiança de que o nosso país tem plenas condições para avançar enquanto nação soberana, democrática e desenvolvida, na qual nossa gente possa ter alegrias e a vida digna que merece.
Recife, 21 de março de 2025
Luciana Santos
Presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)