Foto Divulgação/CNI

Os dados da atividade industrial no mês de dezembro reforçou o receio deixado pelo mês de novembro quanto a um arrefecimento da atividade do setor. Faturamento real, horas trabalhadas na produção e utilização da capacidade instalada em dezembro de 2024 caíram na comparação com novembro, mês em que registrou números fracos, próximos da estabilidade sobre outubro. Os dados foram divulgados pelo boletim “Indicadores Indústrias” da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Conforme a entidade, o faturamento real da indústria caiu 1,3%, de dezembro sobre o mês anterior, o número de horas trabalhadas na produção industrial também caiu 1,3%, considerando os dados sem efeitos sazonais, e a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) caiu 0,8 ponto percentual (p.p.) para 78,2% no período.

O registro de recuos na atividade industrial também já vinha sendo detectado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A produção pela indústria brasileira recuou –0,3% em dezembro de 2024, sobre novembro, na série com ajuste sazonal, conforme dados da Pesquisa Industrial Mensal (PMI). Foi o terceiro mês seguido de queda (out, -0,2%; nov., -0,7%; dez -0,3%).

Considerando o desempenho de todo o ano de 2024 a atividade industrial obteve um resultado positivo frente a 2023. Na comparação com dezembro de 2023, o faturamento real cresceu 5,5% e 5,6% na comparação entre o acumulado dos dois anos.

Contudo, os números negativos de novembro e dezembro não se restringiram aos ligados à atividade industrial. Massa salarial e rendimento médio reais, que haviam mostrado crescimento em novembro, registraram queda em dezembro. Já o emprego, que também havia registrado alta em novembro, ficou estagnado.

Sobre as perspectivas para 2025 o quadro das atividades do setor tendem não ser boas, visto menor crescimento da economia, agravado pelo novo ciclo de aumento de juros pelo Banco Central, com uma possível recessão para o segundo semestre do ano.

Conforme alertou a CNI sobre a desaceleração da economia, após a decisão do BC de elevar os juros básicos para 13,25%. “Fica evidente que o aumento da Selic foi uma decisão excessiva e na direção errada, representando somente mais custos financeiros para as empresas e os consumidores, e perda adicional e desnecessária de empregos e renda”.