Sindicato dos aposentados denuncia achatamento de benefícios
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O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), Milton Cavalo, divulgou uma nota de repúdio à forma de reajuste anual dos benefícios do INSS (Instituto Nacional de Previdência Social) de aposentados e pensionistas que recebem acima do salário mínimo, “que são corrigidos pelo índice inflacionário, o que resulta em perdas consideráveis”.
Na nota, o dirigente sindical explica e compara as duas formas de reajuste: “em 2025, os aposentados que recebem acima do salário mínimo tiveram os seus benefícios reajustados em 4,77%. O reajuste foi baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Já quem recebe o piso teve reajuste de 7,5%”.
O sindicato afirma que tem mantido ações constantes junto ao governo federal e ao Congresso Nacional para corrigir essa distorção, “que causa um achatamento dos benefícios aproximando todos do piso pago pela Previdência Social”.
Cavalo cita o Projeto de Lei 1468/23, do deputado Pompeo de Matos (PDT/RS), que concede reajuste de 5% a cada cinco anos de aposentadoria, apoiado pelo sindicato, como uma forma de diminuir a distorção. “Essa prática atual de correção dos benefícios, além de injusta, afeta diretamente a qualidade de vida dessa população”, afirma.
De acordo com a nota, as perdas já superam 30% em 15 anos. “É preciso lembrar que a Constituição assegura o reajuste das aposentadorias para preservar-lhes, de maneira permanente, o valor real, mas infelizmente essa determinação não tem sido obedecida”.
Segundo o sindicalista, somente em 2024, mais de 300 mil aposentados, que recebiam acima, passaram a receber um salário mínimo.
“Isso ocorre todos os anos. Com a diferença do reajuste, ocorre um achatamento dos benefícios maiores. Com o tempo esses valores chegam ao mínimo. Hoje, de acordo com o INSS, são pagos pouco mais de 40,6 milhões de benefícios previdenciários e assistenciais mensalmente. Desse total, 34.306.589 milhão são de aposentados ou pensionistas”, denuncia.
“Já o número dos que recebem um salário mínimo é de 28,2 milhões, ou 83% do total. Os que ganham acima do piso nacional somam 12,3 milhões de benefícios (36%)”, diz.
“Essa situação é insustentável. Não vamos aceitar sua continuação e manteremos a pressão, com apoio dos associados, para que haja mudança nos reajustes, com aumentos acima da inflação do ano anterior para todos”, afirma a nota.
Fonte: Página 8