Palestinos desafiam veto de Netanyahu a festas e celebram a chegada dos libertados
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Ruas de Ramallah foram tomadas pela multidão que celebrou a chegada do ônibus que trazia os presos palestinos libertados na madrugada desta segunda-feira (20)
Tropas de Israel haviam passado os dias anteriores ao cessar-fogo e à primeira troca de prisioneiros israelenses e palestinos invadindo casas em Jerusalém e nas cidades palestinas da Cisjordânia para ameaçar os familiares dos presos de que se celebrassem o retorno deles a seus lares, suspenderiam sua saída da prisão de Offer
Na vã tentativa de abafar o sentimento de vitória que começa a se evidenciar com a recepção em festa dos presos políticos palestinos pelos amigos e familiares, as forças israelenses da ocupação ameaçaram extensamente a população e expediram proibição da comemoração da libertação dos presos.
Mas os palestinos rechaçaram a proibição ditatorial e lotaram as ruas de Ramallah em festa e cercando o ônibus que trazia os presos agora liberados agitando bandeiras palestinas, do Fatah, Hamas e da Frente Popular de Libertação da Palestina e enchendo o ar com palavras de ordem ecoando pela principal cidade cisjordana.
Entre as restrições, soldados israelenses entraram em casas palestinas no domingo para dizer aos familiares dos presos que não se aproximassem dos veículos com os presos.
Além disso as lojas próximas à prisão de Offer – último estágio e local de onde os presos estão sendo liberados – tiveram de fechar as portas para diminuir a aglomeração.
Ao final do dia de domingo, familiares que se concentravam perto de Offer foram espancados e afastados do local por bombas de gás lacrimogêneo.
Jornalistas do portal Middle East Eye (MEE) contactaram uma família de preso, no bairro de Silwan, na Jerusalém árabe ocupada, para que dessem entrevista e foram informados de que a família foi visitada e proibida de falar com a imprensa.
A polícia israelense – informa o MEE – invadiu diversas casas de presas em Jerusalém para ameaçar que bastaria erguerem bandeiras palestinas diante de suas casas para comprometerem a libertação de suas familiares.
Também escureceram as janelas do ônibus destinado a trazer os presos livres da prisão de Offer para evitar fotos.
Outra medida seria a escolta policial israelense do ônibus com os presos o que, com a multidão cercando o ônibus, acabou se desmontando.
Enquanto o Hamas cumpriu o acordo e liberou as israelenses sob sua custódia perto das 19:00 do domingo, dia 19 (hora local), os presos palestinos e seus familiares tiveram de esperar até mais de 1:00 da madrugada da segunda-feira (20) para serem embarcados no ônibus do serviço prisional de Ofer em direção às cidades palestinas da Cisjordânia.
Os 90 presos liberados no início desta segunda-feira (20) fazem parte do acordo de cessar-fogo que estabelece a libertação – ao longo de mais de 40 dias – dos reféns israelenses sob custódia em Gaza e de cerca de 2.000 dos perto de 7.000 presos palestinos detidos nos cárceres que aprisionam os palestinos que lutam contra a ocupação e usurpação de seus territórios (particularmente na Cisjordânia palestina).
O cessar-fogo – cuja entrada em vigor estava prevista para as 8:30 da manhã deste domingo – foi atrasada em três horas, durante as quais as forças fascistas de Netanyahu seguiram bombardeando Gaza e “os sedentos de sangue”, como o Hamas designa as tropas de Israel, mataram mais 19 palestinos no próprio dia de cessar-fogo que só entrou em vigor perto das 11:30.
O sentimento de vitória sobre a ocupação fez com que os palestinos de Gaza, apesar das perdas em casas e objetos e em vidas de entes queridos, tomassem as ruas com bandeiras palestinas a celebrar a suspensão do massacre como vinha sendo exigido em manifestações massivas por todo o Planeta solidário com o povo palestino.
Fonte: Papiro