Após escalada de ataques, Bashar al-Assad renuncia a presidência e deixa a Síria
O presidente sírio Bashar al-Assad renunciou ao cargo e teria deixado o país, após a invasão de Damasco, resultante de ofensiva de um grupo islâmico que se intensificou nos últimos dez dias. Segundo agências internacionais, a informação foi confirmada neste domingo (8) pela Rússia, aliada de Assad. Comunicado emitido pela diplomacia do país diz que Assad deu instruções “para que haja uma transferência pacífica de poder”.
Segundo a Reuters, o presidente da Síria teria deixado Damasco neste sábado (7), mas até o momento, não há confirmação oficial sobre essa informação. O primeiro-ministro sírio, Mohammad Ghazi al-Jalali, confirmou a queda de Assad e disse estar aberto a cooperar “com qualquer governo que os sírios escolham” e que não deixaria o país.
A crise aumentou após os insurgentes tomarem Aleppo, a segunda maior cidade do país, com cerca de dois milhões de habitantes, nos primeiros dias de dezembro.
Também neste sábado, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu nota da qual diz que “o governo brasileiro acompanha, com preocupação, a escalada de hostilidades na Síria” e que “exorta todas as partes envolvidas a exercerem máxima contenção e a assegurarem a integridade da população e da infraestrutura civis”.
Além disso, destaca que o Brasil “reitera a necessidade de pleno respeito ao direito internacional, inclusive ao direito internacional humanitário, bem como à unidade territorial síria e às resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.
O comunicado aponta ainda que o “Brasil apoia os esforços para solução política e negociada do conflito na Síria, que respeitem a soberania e a integridade territorial do país”.
O Itamaraty também informou que continua monitorando a situação dos brasileiros na Síria e que não há registro de nacionais entre as vítimas das hostilidades. Ao mesmo tempo, orientou os brasileiros que se encontrem na Síria a deixar o país.
Ataques
Segundo comunicado da Embaixada da República Árabe da Síria em Brasília, em 27 de novembro de 2024, “grupos terroristas liderados pela Frente al Nusra/Forças de Libertação da Síria, classificada pelo Conselho de Segurança da ONU como organização terrorista, perpetraram um ataque terrorista de vários eixos que teve como alvo localidades das províncias de Idleb e Aleppo”.
Tal ataque, ainda de acordo com a nota teria como objetivo ocupar a cidade de Aleppo, o que acabou se concretizando, “com o apoio de milhares de guerrilheiros terroristas estrangeiros, equipados com armas e equipamentos militares, especialmente drones, além do suporte técnico que os possibilitou realizar este ataque de amplo espectro”.
A Embaixada disse, ainda, que “este ataque terrorista que coincide, de forma suspeita e desmascarada, perpetrado pela Frente al Nusra/Forças de Libertação da Síria, com as agressões da entidade israelense contra os territórios da Síria, confirmam que ele se insere no contexto do plano sionista de espalhar o caos na região e cumprir com os seus objetivos de desestabilizar a sua segurança e estabilidade”.
Com agências