Ministro da Defesa | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Defesa, José Múcio, disse que a prisão do bolsonarista Walter Braga Netto “não foi surpresa para ninguém” e que a responsabilização dos criminosos é “necessária”.

Múcio esteve com o presidente Lula na terça-feira (17), em São Paulo, com quem conversou sobre a situação nas Forças Armadas após a prisão de Braga Netto.

“Ele queria saber como estava o ambiente nas Forças [Armadas]. Evidentemente que isso era uma coisa que já se esperava. Há um constrangimento ao espírito de corpo de cada força, mas já se esperava. Nós desejamos que todos esses que estão envolvidos respondam à Justiça”, informou o ministro.

De acordo com Múcio, o clima nas Forças Armadas está “muito bem”.

“Quer dizer, como eu disse, estão constrangidas, eram colegas, estudaram juntos. É o primeiro general quatro estrelas que é detido no Exército, mas não foi surpresa para ninguém”, continuou.

“Mas é necessário, precisa acabar para gente olhar para frente e para tirar a suspeição dos inocentes”.

“Eu digo que cada um entrou nisso [tentativa de golpe] com seus CPFs e a gente tem que preservar o CNPJ das três Forças”, completou.

Walter Braga Netto foi preso de forma preventiva no sábado (14). A Polícia Federal apontou que ele tentou interferir nas investigações sobre o golpe de estado e limitar as informações passadas pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, em sua colaboração premiada.

A investigação revelou que o general participou ativamente, ao lado de Jair Bolsonaro, na organização do golpe de estado. Documentos apreendidos apontam que o general da reserva seria uma das lideranças na ditadura liderada por Bolsonaro.

Jair Bolsonaro, entre novembro e dezembro de 2022, buscou apoio entre integrantes das Forças Armadas para dar um golpe, mas sem sucesso. Os então comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Junior, rechaçaram o plano apresentado por Jair.

Além disso, Braga Netto participou do planejamento para os assassinatos de Lula, Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo Mauro Cid, Braga Netto coletou dinheiro com aliados no agronegócio e passou para os militares que realizariam os assassinatos.

Fonte: Página 8