Foto: Arquivo/Agência Brasil

Em outubro de 2024, o volume de consultas por crédito recuou 6,46% no país, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o indicador de Demanda por Crédito da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em conjunto com Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Já em relação ao mês de setembro deste ano, houve um aumento de 8,41% na procura por crédito, resultado “após dois meses de queda”, destaca a CNDL.

O presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, alerta que “a queda em relação ao ano passado indica que fatores como o cenário macroeconômico estão impactando a demanda por crédito”.

“As taxas de juros elevadas, com possibilidade de novos aumentos, desestimulam a contratação de empréstimos. Além disso, o elevado nível de endividamento, aliado à busca de crédito por inadimplentes, sugere que muitas famílias estão recorrendo ao crédito para atender necessidades imediatas, possivelmente enfrentando restrições no orçamento”, observou Pellizzaro Junior.

Segundo o indicador de inadimplência da CNDL e da SPC Brasil, cerca de 68 milhões de brasileiros estão inadimplentes, ou seja, 41,23% da população adulta do país não consegue honrar com suas dívidas, tendo seus CPFs negativados.

No ambiente de juros baixos, os inadimplentes podem negociar suas dívidas a juros mais baratos, além dos descontos dados em feirões de negociações de dívidas.

Mas as perspectivas futuras são de juros mais caros nos próximos meses com a decisão do Banco Central (BC) de elevar o nível da taxa básica de juros (Selic), desde setembro deste ano.

Após o BC ter aumentado a Selic em 0,75 ponto percentual, no conjunto das duas últimas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), colocando a taxa nominal em 11,25% ao ano, os bancos exigem que o BC suba novamente o nível da Selic em 0,75 pontos percentuais na próxima reunião do colegiado, que ocorre na semana que vem (entre os dias 11 e 12 de dezembro).

Caso se confirme, a Selic vai encerrar o ano de 2024 em 12%, 0,25 p.p acima do patamar que a taxa se encontrava em dezembro do ano passado (11,75% ao ano).

Com o encarecimento do crédito, as empresas deixam de investir na produção de bens e serviços, na renovação de maquinários e deixam de contratar novos funcionários – ou começam a demitir diante da perspectiva de baixa demanda por consumo, outra deterioração promovida pelos juros altos.

Fonte: Página 8