Um dos assinantes da carta, Jeremy Corbyn, em ato pela Palestina | Foto: Benjamin Cremel/AFP

Carta assinada por 60 parlamentares do Reino Unido exige a imposição de sanções governamentais contra Israel por adotar regime de apartheid, perpetrar genocídio contra o povo palestino em Gaza e pela ocupação e usurpação de terras palestinas.

Foi enviada uma carta ao secretário de Relações Exteriores britânico, David Lammy, do governo de Keir Starmer, com as assinaturas dos 60 deputados, membros de sete partidos, exigindo sanções à Israel por “repetidas violações aos direitos internacionais”.

“Escrevemos para instar o governo do Reino Unido a impor sanções e tomar outras medidas concretas para dar efeito à opinião histórica emitida pela CIJ (Corte Internacional de Justiça) sobre a contínua presença ilegal de Israel no território palestino ocupado”, comunicaram no documento.

“O governo do Reino Unido afirmou repetidamente que está comprometido com o direito internacional. Agir em apoio à Opinião Consultiva da CIJ, seria um passo crítico para demonstrar esse compromisso”.

“Também mostraria que o governo do Reino Unido está se esforçando para fazer tudo o que pode para apoiar as vítimas das repetidas violações do direito internacional por Israel e que não está apenas falando sobre uma solução pacífica e negociada de dois Estados, mas tomando medidas concretas para promovê-la.”

Eles também defendem um embargo de armas contra Israel, de viagens, proibição de comércio com empresas localizadas em assentamentos ilegais e congelamento de bens. E que seja revogada o projeto ‘Roteiro 2030’ que previa o aprofundamento do comércio e acordos de segurança entre o Reino Unido e Israel.

“Nosso governo deve impor sanções abrangentes para que Israel acabe com seus crimes de guerra”, disseram na carta.

O mais conhecido entre os assinantes é o deputado Jeremy Corbyn que chegou a ser eleito líder dos trabalhistas em congresso do partido e que acabou afastado do cargo após sórdida campanha por lideranças religiosas e sionistas inglesas acusando seu aberto apoio à causa de libertação palestina de “antissemitismo”.

O documento também aponta que em julho deste ano a CIJ determinou a ilegalidade da ocupação israelense nos territórios palestinos e determinou a sua retirada imediata. A CIJ também pediu aos países que evitem relações comerciais, investimentos ou tratados que contribuíssem com a ocupação israelense em território palestino.

A guerra de ocupação israelense em Gaza, que começou em outubro do ano passado após o ataque do Hamas, já matou mais de 44 mil palestinos, na maioria mulheres e crianças, mais de 105 mil estão gravemente feridos com os bombardeios indiscriminados de Israel e muitos mais se encontram embaixo de escombros.

Mais de 1 milhão de civis que vivem em Gaza estão desalojados e sem nenhuma ajuda externa com sério risco de fome em massa devido aos bloqueios impostos por Israel sobre os envios de ajuda humanitária.

Fonte: Papiro