Em fim de mandato, Biden aprova contratar mercenários dos EUA para Ucrânia
O governo de Joe Biden, em seu último mês de vida que lhe resta até a posse de Donald Trump, em outra escalada belicista contra a Rússia na Ucrânia autorizou o envio de mercenários norte-americanos ao país. Poucos dias antes ele autorizou o uso de mísseis norte-americanos de longo alcance por Kiev contra alvos em território russo.
“A fim de ajudar a Ucrânia a reparar e manter o equipamento militar fornecido pelos EUA e seus aliados, o DoD (Departamento de Defesa) está solicitando propostas para um pequeno número de empreiteiros [contratados] que ajudarão a Ucrânia a manter a assistência que já fornecemos,” comunicou o porta-voz do Pentágono.
“Alguns dos equipamentos que os EUA forneceram à Ucrânia – ou fornecerão à Ucrânia nos próximos meses – como os sistemas de defesa aérea F-16 e Patriot, exigem conhecimento técnico específico para serem mantidos.”
“Cada contratado, organização ou empresa dos EUA será responsável pela segurança de seus funcionários e será obrigado a incluir planos de mitigação de risco como parte de suas licitações.”
“Já existem empreiteiros do governo dos EUA trabalhando na Ucrânia, já que o Departamento de Estado e a USAID contrataram diretamente empresas americanas para ajudar em uma variedade de tarefas, incluindo ajudar a fortalecer a rede de energia da Ucrânia e fornecer apoio econômico,” completou o porta-voz.
Esses “empreiteiros” são uma forma do governo Biden justificar intervenções na região, são em sua maioria cidadãos norte-americanos, postos em uma situação de risco em que podem vir a ser bombardeados por mísseis russos e servir de justificativa para uma campanha midiática para uma escalada ou possivelmente uma guerra direta contra a Rússia.
Aparentemente, a única política com que o presidente norte-americano em fim de mandato se importa é a continuidade da guerra da Ucrânia a todo custo. Na mente desses neoconservadores norte-americanos, qualquer alternativa diplomática seria uma derrota da política externa, mesmo que isso signifique uma escalada para armas nucleares.
Quando Biden permitiu ao regime de Kiev o uso de mísseis norte-americanos de longo alcance contra território internacionalmente reconhecido da Rússia, o presidente russo Vladimir Putin revisou a doutrina de dissuasão nuclear da Rússia para que, caso aconteça a necessidade existencial do uso de armas nucleares, também se tornam alvo os países que empurram e sustentam Kiev, ou seja, os EUA e seus satélites da Otan.
“A versão atualizada do documento propõe que a agressão contra a Rússia por qualquer Estado sem armas nucleares, mas com a participação ou apoio de um Estado com armas nucleares, deve ser considerada como um ataque conjunto à Federação Russa,” comunicou Putin.
O anúncio do Pentágono sobre a contratação dos “empreiteiros”, isto é, mercenários, é ainda uma confissão de que a denúncia de Moscou de que Kiev depende de pessoal especializado da Otan para usar os mísseis norte-americanos contra a Rússia está coberta de razão.
Fonte: Papiro