Poder de compra do salário mínimo despenca na Argentina e já é inferior ao de 2001
Relatório do ‘Instituto Interdisciplinar de Economia Política da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Buenos Aires’, revela que na Argentina o ‘Salário Mínimo Vital e Móvel’ (SMVM) em outubro caiu mais 1,3%, deixando o povo argentino com menos poder de compra do que em 2001 (ano em que a Argentina ficou insolvente e o governo chegou a bloquear contas bancárias dos argentinos), como mostra a reportagem do site de notícias C5N.
Do período entre novembro 2023 a setembro deste ano, por causa da inflação acelerada na Argentina e crescimento das taxas, o salário mínimo real argentino sofreu uma queda acumulada de 29%.
Segundo o relatório, a queda do SMVM começou em dezembro de 2023 quando retraiu 15% devido à alta da inflação e o problema se aprofundou ainda mais em janeiro deste ano com queda de 17%. Depois foi apresentada uma recuperação momentânea, porém insuficiente com o salário nominal acompanhando a inflação nos meses seguintes. Em junho deste ano, foi registrada nova queda de 4,4% com recuperação em julho de 4,3%.
O relatório intitulado “Panorama do emprego assalariado formal e remuneração” conclui que o poder de compra do trabalhador argentino é menor que em 2001, ano de uma das piores crises econômicas na Argentina.
No setor privado, o salário médio real dos trabalhadores assalariados formais, medido pelo Índice Salarial Indec, registrou perda de poder aquisitivo de 11% entre novembro e dezembro de 2023.
O presidente argentino, em outro surto paranoico, acusou sua própria vice-presidente, Victoria Villarruel, de fazer oposição ao seu governo. Villarruel, que também preside o senado argentino, estaria se alinhando à “casta”, termo usado por Milei ao falar da “velha política” e se aproximando do “círculo vermelho”, como ele chama a esquerda argentina.
No entanto, Villaruel é uma das mais direitistas do governo atual argentino, quando deputada investiu contra os que deram suas vidas para por fim à sanguinária ditadura. Candidata a vice-presidente, promete, se for eleita, revisar a atual política de memória e direitos humanos do país, que indenizou milhares de vítimas da repressão provocada pelo Estado durante o período ditatorial de 1976 a1983.
Milei disse que Villarruel “não participa das reuniões ministeriais, não tem influência e não toma parte nas decisões do governo,” evidenciando uma rixa dentro do próprio governo do presidente argentino.
Anteriormente, Milei exonerou a sua própria Ministra de Relações Exteriores, Diana Mondino, depois da Argentina ter votado na ONU a favor de Cuba como o país sempre fez tradicionalmente, e começando uma caça às bruxas contra os servidores públicos na Argentina que apresentem ideias divergentes das de Milei.
Fonte: Papiro