BC aumenta juros e acelera arrocho sobre produção e consumo
O Comitê de Política do Banco Central (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, por unanimidade, aumentar, nesta quarta-feira (6), a taxa de juros básica da economia (Selic) em 0,50 ponto percentual, passando de 10,75% para 11,25% ao ano. Uma afronta ao país, às forças produtivas e aos consumidores.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), “a decisão é extremamente conservadora e trará apenas prejuízos à atividade econômica, com reflexos negativos no emprego e renda para a população”.
Com a decisão do BC, a taxa de juros reais (descontada a inflação) no Brasil atingiu 8,08%, segundo o site MoneYou, sendo o terceiro maior juro real do planeta.
O aumento de meio ponto percentual na taxa Selic significa R$ 25 bilhões a menos na saúde, educação, ciência e tecnologia, defesa, segurança e investimentos, e só eleva o ganho dos bancos e demais rentistas com o pagamento de juros da dívida que, nos últimos doze meses, até agosto, atingiu a soma de R$ 855 bilhões.
Apesar da inflação no Brasil estar controlada e a economia brasileira sinalizar desaceleração nos primeiros meses do segundo semestre deste ano, o BC quer travar qualquer possibilidade de avanço na economia e usa qualquer pretexto para manter os juros na Lua: as eleições nos EUA, a chuva e a política fiscal.
Segundo o Copom, “o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo” e defende “uma política monetária mais contracionista”.
No comunicado, defendeu os cortes nos direitos constitucionais através da “execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal“.
A decisão do Copom desta quarta-feira já estava acertada, assim como um jogo de cartas marcadas. Desde o anúncio do primeiro aumento de juros pelo BC, em setembro deste ano, os agentes do mercado financeiro seguiram elevando as expectativas de inflação e de juros no Boletim Focus e direcionaram os seus porta-vozes na mídia para as campanhas difamatórias de disparada da inflação e de descontrole das contas públicas, como forma de pressionar o governo a anunciar cortes de despesas com saúde, educação, benefícios sociais, entre outros.
Fonte: Página 8