Trabalho na indústria cresce 75% e 405 mil vagas são criadas
Entre janeiro e setembro deste ano, a indústria brasileira apresentou crescimento de 75% no número de empregos, com a criação de mais de 405 mil novas vagas, ante igual período de 2023, quando os postos criados somaram quase 231 mil. A maior parte dessas oportunidades, 57,4%, absorveu jovens entre 18 e 24 anos.
Quando avaliado apenas o mês de setembro, foi verificado um saldo de 59,8 mil vagas, aumento de 40% em relação a setembro de 2023 e de 16% sobre agosto. As informações constam do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgadas na quarta-feira (30).
A indústria de transformação — que converte matéria-prima em produtos finais ou intermediários — foi a que mais contribuiu com o aumento das vagas, respondendo por 93% (55,8 mil) do total. Os destaques foram para alimentação (22,4 mil), borracha e material plástico (3,5 mil) e veículos automotores (3,4 mil).
Outro dado positivo mostrado pelo Caged diz respeito às regiões com melhor desempenho e entre elas está o Nordeste, que registrou 42,4% dos postos criados em setembro, sendo este o segundo mês seguido com desempenho destacado. Na sequência vêm Sudeste (37,8%), Sul (9,9%), Norte (5,3%), e Centro-Oeste (4,2%).
Estímulos governamentais
Os números da indústria, bem como o momento positivo vivido pela economia, refletem as medidas de estímulo ao setor e a condução geral do país por parte do governo Lula. Entre a iniciativas focadas no segmento estão o Mover (automotivo), a Depreciação Acelerada (modernização do parque industrial para 23 setores), a retomada do Reiq (indústria química) e o Brasil Semicon e a Lei de TICs (semicondutores e eletroeletrônicos).
Outra ação foi a Nova Indústria Brasil (NIB), lançada em janeiro. Segundo o governo, a iniciativa disponibiliza R$ 405 bilhões em créditos e subvenções para projetos de inovação, sustentabilidade e produtividade em várias áreas.
Do lado da indústria, o setor vem respondendo com novos investimentos. Nesta quarta-feira (30), foram anunciados os projetos ligados à Missão 3 do programa da NIB, previstos até 2029. O objetivo com esse eixo é melhorar a qualidade de vida nas cidades, integrando mobilidade sustentável, moradia, infraestrutura e saneamento básico.
Até lá, o governo estima um investimento de R$ 1,6 trilhão para tirar tudo do papel. Desse total, 75% serão investidos por empresas privadas. Os outros R$ 400 bilhões virão do governo federal.
Na ocasião, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, declarou: “É investimento recorde. Esse investimento é o que mais gera emprego. Construção civil é emprego na veia. Ele é rápido, impulsiona a atividade econômica, melhorando a qualidade de vida das pessoas. Estamos falando de moradia, saneamento básico, energia renovável, estamos falando de mobilidade”.