Presidente Luís Arce determinou investigação acerca do atentado relatado por Evo | Foto: Alzar Rodriguez/AFP

“O exercício de qualquer prática violenta na política deve ser condenado e esclarecido. Não é com a busca dos mortos que os problemas se resolvem ou com especulações tendenciosas”, disse o presidente boliviano Luís Arce, neste domingo, 27, ao orientar abertura de investigação sobre suposto atentado à vida do ex-presidente Evo Morales.

“É por isso que, diante da denúncia do ex-presidente Evo Morales de um suposto atentado contra sua vida, instruí uma investigação imediata e completa, para esclarecer esse fato”, completou.

Evo Morales entrou com uma denúncia na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), acusando o governo de Arce de estar por trás do atentado. “Agentes de elite do Estado boliviano fizeram um atentado contra minha vida hoje”, disse Morales.

E que o ataque aconteceu “enquanto o governo reativa operações conjuntas entre forças policiais, militares e paramilitares para direcionar a repressão e o atentado contra a vida de irmãs e irmãos nos pontos de bloqueio e protesto social. Peço que o artigo 41 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos seja ativado devido ao risco ao direito à vida e que seja feita uma visita de trabalho urgente ao nosso país”, completou.

Sem provas, o Movimiento al Socialismo (MAS), liderado por Evo Morales, acusou o atual presidente boliviano, Luís Arce e os ministros de Governo, Eduardo del Castillo, e o da Defesa, Edmundo Novillo, de serem os responsáveis pelo atentado.

Segundo Morales, o veículo em que estava sofreu 14 disparos enquanto ele estava indo para uma rádio fazer o programa de domingo.

Respondendo a Evo, nesta segunda-feira, Eduardo Del Castillo, ministro de Governo da Bolívia, acusou correliginários de Evo Morales de atacar um posto de controle e disparar contra os policiais, na região de Villa Tunari, em Cochabamba.

Atualmente, a Bolívia vem enfrentado problemas com abastecimento de combustível por causa de bloqueios feitos por apoiadores de Evo Morales que acreditam que o ex-presidente está sendo perseguido por conta das investigações sobre uma acusação de estupro e tráfico de pessoas, crimes sobre os quais é acusado e investigado.

Além disso, a Agência Boliviana de Informação cita o especialista forense em balística, Javier Romero, afirmando que “a trajetória dos disparos sugere que eles saíram do interior do veículo ou foram realizados em cenário controlado. Se disparos foram feitos contra o vidro traseiro, não é usual que atinja a nuca do motorista e não cause mais nenhum dano”.

Fonte: Papiro