Resistência libanesa denuncia Israel por uso de bombas de fragmentação contra civis
O grupo de resistência libanês Hezbollah denunciou o exército israelense por lançar foguetes carregados com ‘bombas de fragmentação’ contra três cidades no sul do Líbano: Wadi al Hujayr, Jallet Raj e uma área florestal localizada a leste da cidade de Alma.
Bombas de fragmentação são proibidas por convenções internacionais devido a sua letalidade contra populações civis a curto e longo prazo. Elas deixam para trás restos de bombas não detonadas que futuramente podem matar civis mesmo anos depois do fim da guerra.
“O crime de lançar bombas de fragmentação confirma o desrespeito do inimigo por todas as normas e convenções internacionais,” comunicou o Hezbollah para o canal de notícias Al Jazeera.
Desde a invasão de Israel ao Líbano, mais de 2.350 pessoas foram mortas e outras 10.906 ficaram feridas pelos bombardeios de Netanyahu. O exército israelense impôs uma ordem de evacuação para 25% do Líbano forçando mais de 1,3 milhão de pessoas que vivem na região ao sul do país a ficarem desabrigadas. Apenas na segunda-feira, mais de 20 vilarejos foram esvaziados no sul do Líbano.
O serviço médico também está sendo gradualmente destruído por Israel, assim como foi em Gaza, por causa dos bombardeios do exército israelense à região. Dos cerca de 200 centros de atendimento, metade teve que fechar as portas.
Rema Jamous Imseis, diretora para o Médio Oriente da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), esteve na fronteira Líbano-Síria onde mais de 285.000 pessoas, na maioria sírios que viviam no Líbano, atravessaram fugindo do conflito. “A situação nas várias passagens de fronteira é muito crítica, mas vamos falar sobre a principal artéria que liga os dois países e que foi bombardeada por Israel há uma semana, deixando uma grande cratera”, disse Rema Imseis.
“As cenas foram realmente dramáticas. Havia muitas mulheres com vários filhos e idosos que literalmente fugiram com o que estavam vestindo e caminharam por dez horas. Se já é muito para um adulto, você tem que imaginar como é carregar várias crianças atrás de você”, relatou a diretora da ACNU.
“Durante uma visita de três dias ao Líbano, testemunhamos a devastação e sentimos o medo e a confusão das pessoas. Para eles, o futuro permanece incerto enquanto seu país estiver sob fogo. A guerra que o mundo queria evitar no Líbano está ocorrendo agora e já desencadeou uma catástrofe,” disseram em comunicado, Ted Chaiban da UNICEF e Carl Skau do Programa Mundial de Alimentos.
“As famílias estão vivendo em circunstâncias perigosas e, à medida que o conflito se agrava, o impacto psicológico sobre a população aumenta, especialmente entre crianças e jovens. Quase todas as crianças no Líbano sofreram algum tipo de impacto. Muitos foram vítimas de bombardeios, perderam seus entes queridos, suas casas, acesso à educação e enfrentam um futuro incerto em uma pobreza possivelmente mais profunda”, disseram eles.
Fonte: Papiro