Unidade militar de atendimento médico foi deslocada para a base de Binyamina | Foto: Reprodução

O ataque da Resistência Libanesa, o mais eficaz que atingiu uma base militar israelense desde o início da agressão de Netanyahu ao Líbano, ocorreu neste domingo, 13. A base fica na cidade de Binyamina, ao sul de Haifa. O disparo com drone, que chegou após sobrevoar o mar Mediterrâneo, deixou quatro soldados das tropas israelenses de extermínio mortos e pelo menos 67 feridos.

Esta é a resposta mais dura até aqui desde que o regime de Netanyahu lançou sua operação terrorista contra o país vizinho.

“O impacto do ataque do drone causou ferimentos causados ​​pela explosão e pelos estilhaços, ferimentos graves”, diagnosticou um dos paramédicos que esteve no local, informando que muitos soldados de Netanyahu precisaram ser “rapidamente evacuados para hospitais”. “Foi uma cena difícil”, ressaltou.

 “Um ataque a uma base de treinamento em casa é difícil e os resultados são dolorosos”, teve de admitir o chefe do Estado-Maior de Israel, Herzl Halevi, em declaração onde omitiu o dano causado ao Líbano com dezenas de aldeias e a capital Beirute atingidas e mais de um milhão de libaneses forçados ao deslocamento para escapar aos bombardeios indiscriminados que já assassinaram mais de dois mil civis na invasão ao país vizinho.

Em outra declaração, a direção do partido da Resistência, o Hezbollah, disse que também atacou com um míssil a base logística israelense de Tsnobar, nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel.

O ataque com drones do Hezbollah ocorreu no mesmo dia em que os Estados Unidos anunciaram que enviariam um novo sistema antiaéreo a Israel, com a Casa Branca chafurdando na cumplicidade militar e política com o genocídio mundialmente repudiado por lideranças de países e por multidões nas mais diversas capitais.

Biden autorizou inclusive o envio de tropa a Israel para acionar os novos mísseis. “O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, autorizou o envio de uma bateria de Defesa de Área de Alta Altitude Terminal (Thaad) e tripulação associada para Israel”, informou o secretário de imprensa do Pentágono, Pat Ryder, que comunicou que o objetivo é “reforçar” as posições de Israel, que recebeu mais armas e recursos para continuar a guerra.

Segundo Nour Odeh, da Al Jazeera, embora o sistema de defesa aérea israelense seja sofisticado, os drones são muito difíceis de detectar e acabam furando o escudo. “Normalmente, as sirenes disparam quando algo está indo em direção a um local, então civis e moradores daquela área são avisados ​​para procurar abrigo. É por isso que houve um número muito pequeno de feridos durante o ano passado por esses ataques. Mas os drones são mais difíceis de detectar e, como voam em altitudes mais baixas, são muito mais difíceis de interceptar”, explicou. Foi o caso da base de Binyamina quando as sirenes sequer soaram.

A ação do Hezbollah em Binyamina demonstra que Israel sofrerá as consequências do ataque em solo libanês, acrescentou o colunista do jornal israelense Haaretz, Gideon Levy. “Nada menos era esperado. Estamos no começo da guerra no Líbano, não no fim dela. E todos tão entusiasmados com essa guerra deveriam saber que ela terá um preço muito alto”, alertou.

O Hezbollah reiterou que continuará atacando Israel em solidariedade ao povo palestino na Faixa de Gaza e em apoio à sua “valente e honrosa resistência”, e em “defesa do Líbano e de seu povo”.

Fonte: Papiro