Lula e a família de Eduardo Campos. Foto: Ricardo Stuckert

Dois nomes fundamentais da educação e da gestão pública foram homenageados pelo Estado brasileiro: o professor Anísio Teixeira, oficialmente tornado o Patrono da Escola Pública Brasileira, e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que passou a constar no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. 

No dia em que o Brasil comemorava o Dia da Professora e do Professor, 15 de outubro, Anísio Teixeira, um dos maiores educadores do país, falecido em 1971, tornou-se oficialmente o Patrono da Escola Pública Brasileira. 

“Essa homenagem é importante porque a educação é a única e a mais forte possibilidade que temos para fazer com que esse país dê um salto de qualidade, e sua sociedade possa viver bem com bons empregos e salários, e com muito conhecimento”, discursou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de assinatura da nova lei. 

O presidente também lamentou a falta de reconhecimento aos educadores e destacou: “Muitos governadores não quiseram pagar um piso salarial que, se bem me lembro, era de apenas R$ 4 mil, achando que era pagar demais. Um país que considera R$ 4 mil muito para um professor é um país que não cuida da educação com o respeito que deveria cuidar”. 

A inclusão do ex-governador pernambucano Eduardo Campo no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria também aconteceu no mesmo dia. Após a cerimônia — que contou com familiares e amigos de Campos, entre os quais o filho e governador reeleito de Pernambuco, João Campos, e a viúva Renata Campos —, o presidente Lula ressaltou, pelas redes sociais,  o significado e o simbolismo da homenagem. 

“Conheci Eduardo quando ele era secretário de Miguel Arraes e acompanhei seu trabalho em Pernambuco e no Brasil, como ministro de Ciência e Tecnologia. Em tempos de renascimento do fascismo, de fake news e de desinformação, quando as pessoas perderam o respeito pelos outros e pela democracia, inscrever Eduardo Campos no Livro dos Heróis da Pátria é uma contribuição para que as futuras gerações conheçam os políticos que lutaram pela democracia e pelo melhor do Brasil”. 

A relatoria do projeto na Câmara coube ao filho do ex-governador, o deputado Pedro Campos. “Tem dias em que a saudade do futuro aperta mais. Hoje foi um deles. Dia para guardar na memória e no coração”, disse o parlamentar, também via redes.

“Eduardo, que tanto trabalhou para que o poder público fosse um instrumento de melhoria da vida das pessoas que mais precisam, sempre foi, é e será uma inspiração para todos nós. Suas ideias seguem atuais e nos guiando pelo caminho da boa política”, acrescentou. 

Vidas dedicadas ao país

Anísio Teixeira. Foto: Inep

Anísio Teixeira nasceu em 12 de julho de 1900, na cidade de Caetité, na Bahia e se formou em Direito pela Universidade do Rio de Janeiro, estado do qual foi secretário de Educação. 

Defensor da criação de uma rede de ensino que atendesse a todos, desde os primeiros anos escolares até à formação universitária, integrou o grupo de educadores responsáveis pelo Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, que propunha a reforma do sistema de ensino brasileiro.

Teixeira também participou da criação de universidades federais, entre elas, a de Brasília (UnB). Foi também chefe da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do então Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), instituto que atualmente leva seu nome. Faleceu em 11 de março de 1971. 

Eduardo Henrique Accioly Campos nasceu no Recife em 10 de agosto de 1965. Foi governador de Pernambuco por dois mandatos, Presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e candidato à Presidência da República nas eleições presidenciais de 2014. Também foi deputado estadual e federal e assumiu como ministro da Ciência e Tecnologia em 2004. 

“Neto de Miguel Arraes de Alencar, Eduardo Campos desde cedo esteve envolvido com a política e dedicou sua vida ao Brasil e ao povo brasileiro”, lembra a justificativa do projeto de lei que originou a homenagem. 

Campos faleceu em um acidente aéreo no dia 13 de agosto de 2014, durante campanha eleitoral em que disputava a presidência da República. 

Com agências Câmara e Brasil