Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O número de pessoas empregadas no Brasil chegou a 101,8 milhões no segundo trimestre de 2024 de um total de 109,4 milhões que compõem o universo da força de trabalho. Esses índices são os maiores verificados desde 2012, quando teve início a série histórica da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. Em comparação ao mesmo período de 2023, esses números aumentaram 1,7% e 3%, respectivamente.

É o que constata o Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em novo boletim sobre o mercado de trabalho e a conjuntura, lançado nesta quarta-feira (9). 

No caso do emprego formal, a alta foi de 4% em relação ao segundo trimestre de 2023. O Novo Caged registrou a criação de 1,7 milhão de novas vagas com carteira assinada, um aumento de 3,8% no período, o que confirmou a tendência de alta.

Em sentido oposto, a taxa de desemprego atingiu seu menor patamar — neste caso, desde 2014 —, caindo para 6,9%. Segundo o Ipea, “as quedas foram significativas em diversas categorias e, exceto no recorte por gênero, as reduções no desemprego contribuíram para a diminuição das desigualdades dentro de cada grupo. A taxa de desemprego de longo prazo também caiu (-1,5 pontos percentuais), e houve uma pequena redução no desalento (-0,4 pontos percentuais)”.

Quando analisados os setores econômicos, tiveram desempenho mais destacado os de transporte (7,5%), informática (7,5%) e serviços pessoais (5,7%).  O Ipea também constatou, ainda, aumento nos empregos formais na maioria dos setores, com exceção da agropecuária (-3,8%), dos serviços domésticos (-3,3%) e do setor de utilidade pública (-0,1%).

Outra constatação positiva foi a de que a renda média também cresceu no segundo trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior, com um aumento real de 5,8%, encerrando o trimestre em R$ 3.214. E, no que diz respeito à massa salarial real, o Instituto aponta para um “crescimento expressivo de 9,2% em termos interanuais, atingindo R$ 322,6 bilhões, um acréscimo de R$ 27 bilhões em relação ao primeiro trimestre de 2023”. 

Segundo os pesquisadores do Ipea há alguns elementos preocupantes, que merecem ser avaliados. Um deles diz respeito à estabilidade das taxas de subocupação e de participação da força de trabalho nos últimos trimestres. 

“É crucial entender por que o número de inativos permanece elevado, totalizando 66,7 milhões de pessoas fora da força de trabalho. Entre elas, 3,2 milhões desistiram de procurar emprego devido ao desalento – um grupo que deveria ser prioridade para a reintegração ao mercado de trabalho”, sustentam. 

Além disso, eles alertaram para problemas encontrados no setor agropecuário, que registrou sua nona redução consecutiva na população ocupada e salientaram haver ainda questões estruturais que continuam a impactar o mercado de trabalho, “com muitos trabalhadores ainda presos a empregos informais, sem acesso a proteções sociais e trabalhistas”. 

De acordo com os pesquisadores, também seguem como desafios importantes a superação das desigualdades regionais, de gênero, raça, idade e escolaridade, tanto em termos de oportunidades de inclusão produtiva quanto de rendimento médio mensal. 

Com informações do Ipea