Melo e Maria se enfrentam no segundo turno. Fotos: Marcelo Bertaini/Agência ALRS e Bruno Spada, via PT

Porto Alegre terá segundo turno entre o atual prefeito, Sebastião Melo (MDB), que teve 49,72% dos votos válidos, e Maria do Rosário (PT – Federação Brasil da Esperança), com 26,27%. Na terceira posição ficou Juliana Brizola, com 19,7%. 

Na capital gaúcha, Melo é o representante da direita bolsonarista e tem a maior coligação, composta por MDB, PL — partido da vice, Betina Worm — PP, Republicanos, PSD, Pode, Solidariedade e PRD. 

Em meio à forte divisão política no cenário nacional e local, o atual prefeito alcançou a primeira posição, mesmo com graves fatos negativos que marcaram seu mandato. Um deles foi a falta de investimento e manutenção no sistema de proteção anti-cheias da cidade, o que fez com que parte de Porto Alegre fosse inundada pelo Guaíba durante as enchentes de maio. Com isso, centenas de pessoas tiveram de deixar suas residências e casas e estabelecimentos foram destruídos. 

Além disso, sua gestão foi marcada por casos de mau uso dos recursos e desmonte dos serviços públicos, com destaque para investigações que apontam indícios de corrupção em compras feitas pela Secretaria da Educação e terceirizações que trouxeram prejuízos ao erário na área da saúde, segundo apontado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). 

Outro fato grave recente foi o incêndio em uma das unidades da Pousada Garoa, em abril, no qual dez pessoas morreram. A rede recebia recursos da prefeitura para abrigar pessoas em situação de rua e tinha sérios problemas de infraestrutura. Também foi sob sua gestão que a Carris, empresa pública centenária de ônibus, foi privatizada. 

A deputada federal, ex-ministra e professora Maria do Rosário é a candidata da Federação Brasil da Esperança, com PT, PCdoB e PV, além da Federação PSol-Rede, que tem a vice, Tamyres Filgueira (PSol), e o PSB. Tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de lideranças como os ex-governadores Olívio Dutra e Tarso Genro, que também comandaram a capital, e os ex-prefeitos Raul Pont e José Fortunati. 

Fez uma campanha voltada para a necessidade de reconstrução da cidade após as enchentes e de investimentos nas periferias e nos serviços públicos, especialmente na saúde, educação e nos transportes, além de defender uma cidade ambientalmente sustentável e segura contra os efeitos das mudanças climáticas.