Aldeia libanesa de Khiam sob bombardeio israelense | Foto: AFP

105 países firmaram uma carta de apoio ao Secretário Geral da ONU Antonio Guterres, declarado ‘persona non grata’ pelo governo genocida de Israel. 

A carta redigida pelo Chile faz uma condenação a Israel e ao governo de Netanyahu pela postura que tomaram com Guterres e aponta que a intenção de Israel é “minar a capacidade da ONU de cumprir seu mandato, que inclui mediação de conflitos e fornecimento de apoio humanitário”.

“Um total de 105 países assinaram uma carta de apoio ao secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, em resposta à declaração de persona non grata pelo governo de Israel; a iniciativa foi liderada pelo Chile, por meio de sua missão nas Nações Unidas”, declarou o Ministério das Relações Exteriores do Chile na sexta-feira (11).

“No Oriente Médio, isso pode atrasar ainda mais o fim de todas as hostilidades e o estabelecimento de um caminho confiável para uma solução de dois Estados vivendo lado a lado em paz e segurança. Em um momento de tensão elevada, o papel do Secretário-Geral é essencial para fomentar o diálogo e promover a paz e o entendimento entre as partes em conflito, bem como o desenvolvimento de relações amistosas entre os Estados.”

“Este apoio significativo reflete o apoio da maioria da comunidade internacional para o trabalho do líder da agência e o papel das Nações Unidas,” concluiu.

Brasil, Colômbia, África do Sul, Uganda, Indonésia, Espanha, Guiana e México foram os que apoiaram inicialmente a postura do Chile. Depois outros países como a Rússia, China e a França, membros do Conselho de Segurança da ONU, entraram com seu apoio. Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha não assinaram.

Nos dias 11 e 12 as tropas de extermínio e ocupação de Israel atacaram bases da UNIFIL (força da missão de paz constituída com apoio do Conselho de Segurança da ONU para evitar as hostilidades após cessar-fogo de 2000).

Segundo declaração da UNIFIL, os tanques destruíram os portões e entraram em uma das bases à força. Outra base teve sua torre de observação destruída. Segundo os informes, 5 soldados da ONU, os capacetes azuis, ficaram feridos. Outros sofreram com gás lacrimogêneo disparado contra bases da ONU. 

Israel insiste em pressionar para que os soldados da missão de paz se retirem. Mas, até aqui, a ONU se recusa a fazê-lo, alegando que a força de paz permanecerá cumprindo o mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas. 

A declaração de Netanyahu diante da recusa da ONU foi da mais abjeta desfaçatez com o direito internacional: “As Forças Armadas de Israel pediram [a retirada da Unifil] repetidas vezes, e receberam repetidas recusas, algo que tem o efeito de dar ao Hezbollah escudos humanos”, disse o chefe da invasão ao Líbano.

Fonte: Papiro