Instalação da Gazprom na Sibéria | Foto: Gazprom

A produção industrial da UE está em níveis recordes de contração e a economia está sofrendo sem o gás russo barato, disse Aleksey Miller, o presidente do conselho da gigante estatal de energia russa, Gazprom. O comentário se segue à confirmação, pelo governo alemão, de que o país enfrentará um segundo ano consecutivo de recessão em 2024, o que veio à tona esta semana.

“Alguns [especialistas] dizem que [a situação] pode ser descrita como o suicídio energético da Europa”, disse o chefe da Gazprom. Outros dizem que a “locomotiva econômica” se transformou no “homem doente da Europa”, acrescentou Miller, numa referência evidente à Alemanha.

A maior economia da UE contraiu 0,3% no ano passado, com a desaceleração sendo atribuída em parte a uma queda acentuada nas importações de gás de gasoduto da Rússia. Na quarta-feira, o Ministério de Assuntos Econômicos de Berlim anunciou que o PIB da Alemanha deve cair mais 0,2% este ano, o que marca o segundo ano consecutivo de recessão para o país.

Miller argumentou que a “desindustrialização da Europa” continuará, bem como a crescente volatilidade no mercado de gás, alertando que a tendência pode levar a “um novo choque de preço para o gás e interrupções no fornecimento”.

De acordo com o chefe da Gazprom, as políticas da UE resultaram em um declínio de quase 10% na produção industrial no bloco, para os níveis mais baixos em uma década.

No lugar do gás russo barato, a indústria europeia teve de passar a gastar até cinco vezes mais com o ‘gás da liberdade’ fornecido pelos EUA e, assim, não há como a indústria europeia recuperar sua competitividade.

A UE recebia anteriormente a maior parte do gás russo pelos gasodutos Nord Stream, mas o fornecimento foi interrompido indefinidamente após o atentado em setembro de 2022, cuja investigação vem sendo empurrada para debaixo do tapete, já que as digitais levam diretamente a Washington.

De acordo com estatísticas da UE, a participação da Rússia no fornecimento de gás da UE caiu de 45% em 2021 para 15% em 2023. O gás russo é atualmente ainda entregue à Europa Ocidental e Central via Ucrânia, com base em um contrato assinado pela Gazprom e Naftogaz em 2019, que o regime de Kiev não pretende estender, quando expirar no final deste ano.

Fonte: Papiro