Presidente de Cuba Miguel Díaz-Canel | Foto: Prensa Latina

O governo de Cuba pretende ingressar no BRICS+, anunciou o Ministério das Relações Exteriores de Cuba, através do diplomata Carlos Pereira, nesta terça feira, 8. O enviado da diplomacia russa, Viktor Coronelli, já disse no mês passado que Cuba é um convidado do presidente russo, Vladimir Putin, para a próxima cúpula dos BRICS+ em Kazan.

“Cuba solicitou oficialmente sua incorporação ao BRICS como país parceiro em uma carta ao presidente russo, Vladimir Putin, que ocupa a presidência do grupo,” disse Carlos Pereira. “O Grupo está consolidando sua posição como ator-chave na geopolítica global e uma fonte de esperança para os países do Sul,” acrescentou.

O BRICS é um grupo de países com economias emergentes que formaram um fórum político e econômico em oposição ao bloco do G7, composto pelos chamados países desenvolvidos, grupo sob hegemonia dos EUA.

O BRICS, que tem polarizado a disputa anticolonial nos terrenos político e econômico, foi fundado em 2006 pelo Brasil, Rússia, Índia, China e contou com o ingresso da África do Sul em 2011.

O ingresso de Cuba tem especial significado, pois é mais uma demonstração do repúdio mundial ao insano bloqueio imposto pelos Estados Unidos ao país caribenho.

Em janeiro deste ano, o Egito, o Irã, a Etiópia e os Emirados Árabes Unidos ingressaram oficialmente no grupo. A Arábia Saudita ainda está finalizando o processo de adesão. Mais 34 países já demonstraram interesse de fazer parte do grupo e atualmente todos os países membros do BRICS+ juntos respondem por 28% do produto interno bruto nominal do mundo e 46% da população mundial.

A inclusão do Egito e da Etiópia, duas nações africanas com forte influência regional, economias diversificadas e grande população, irá aumentar a influência do BRICS no continente africano, podendo proporcionar aos dois novos países membros uma plataforma para políticas internacionais.

O BRICS+ está rivalizando com outros blocos como a União Europeia e o G7 em termos de alcance econômico e influência, e potencialmente irá servir de impulso pra o comércio global. É esperado que o grupo atraia 25% de investimento direto estrangeiro global. Em comparação, a participação do G7 no PIB global caiu de 47% em 2002 para 29,6% em 2024 (declínio de 12,5 pontos). Enquanto o BRICS+ aumentou de 24,1%, em 2002 para 36,7% em 2024 (aumento de 12,6 pontos).

É esperado que até 2029, a participação do G7 caia ainda mais, para 27,5%, enquanto a participação do BRICS+ deve subir para 38,3%.

Fonte: Papiro