USS Kearsarge, um dos navios de guerra dos EUA suspeito de participação na explosão do Nord Stream | Vídeo

Revelação é do capitão do porto mais próximo do local da explosão, John Anker Nielsen, que foi acionado para ir verificar navios com transponder desligado “quatro ou cinco dias antes” do atentado. Foi mandado cair fora imediatamente pela US Navy, conforme disse ao jornal Politiken.  

Um dos maiores jornais da Dinamarca, o diário Politiken, publicou na semana passada declarações do capitão do porto da ilha de Christiansø, John Anker Nielsen, em que este revelou que, “quatro ou cinco dias antes da explosão dos gasodutos NordStream”, barcos de guerra dos EUA estiveram na região do atentado, com transponder desligado, como ele verificou pessoalmente e, ao interpelar as embarcações, foi-lhe dito para ir embora imediatamente.

A menos de algum defeito, quando uma embarcação desliga o transponder, é porque ela não quer revelar sua localização, como quando petroleiros querem escapar das sanções dos EUA. Ou, como no caso, quando americanos tranquilos exercitam o terror.

Segundo o relato do capitão Nielsen, ele estava no serviço de resgate do porto de Christiansø e foi orientado a ir verificar o problema de navios com transponder desligado, o que presumiram ser um sinal de acidente. Christiansø é uma ilha do arquipélago com o mesmo nome, localizada não muito longe da ilha de Bornholm, por onde correm ambas as vertentes do Nord Stream.

As declarações publicadas pelo Politiken trazem nova luz sobre os atentados, cuja investigação notoriamente vem sendo empurrada para debaixo do tapete pela Suécia, Dinamarca, Alemanha e EUA, e com qualquer informação terminantemente negada à Rússia, país ao qual os gasodutos pertencem.

No mínimo, se trataria do maior caso de terrorismo industrial, mas Berlim e Washington fingem que é possível olhar para outro lado.

Conforme o jornalista vencedor do prêmio Pulitzer, e denunciador do massacre de Mi Lai no Vietnã e da tortura em Abu Graib no Iraque, Seymour Hersh, o atentado foi cometido pela CIA, sob ordens de Biden, para evitar qualquer recuo do governo Scholz quanto à aventura na Ucrânia, com a indústria alemã dependendo desesperadamente do gás russo barato para se manter à tona.

Segundo Hersh, a colocação dos explosivos fora executada usando como cobertura os exercícios da Otan no Mar Báltico no verão de 2022, o Baltops 22, três meses antes da detonação dos dispositivos, que posteriormente foram acionados remotamente. Operação em que participaram norte-americanos e noruegueses.

Agora, o testemunho do capitão dinamarquês coloca os navios de guerra norte-americanos na cena do crime “quatro ou cinco dias antes” do atentado.

Em fevereiro de 2022, em público o presidente Biden ameaçara eliminar o Nord Stream se a Rússia invadisse a Ucrânia, cuja anexação à Otan estava em vias de se concluir.

O Politiken registra que, durante as “investigações” sobre o atentado, a polícia dinamarquesa chegou a interrogar o capitão Nielsen, em janeiro de 2023, e estava especialmente interessada sobre se haveria alguma foto de iates de excursão de uma determinada marca.

Em suma, tentaram fazer Nielsen corroborar a versão preferida de Washington e suas mariposas, a história fantástica de que um pequeno grupo de mergulhadores amadores ucranianos, a bordo de um iate alugado, o Andrômeda, depois de uma bebedeira, teria cometido a sabotagem, não a CIA e o governo Biden.

Segundo o Politiken, Nielsen não leva a sério tal elucubração. “A família do capitão do porto vive em Christiansø há sete gerações e sabe tudo sobre o clima e as condições do vento no Mar Báltico. Por esta razão, ninguém endossa a teoria de um iate e um bando de ucranianos mergulhando até 80 metros de profundidade.”

Entre os barcos especializados em operações subaquáticas presentes ao Baltops 22, chama a atenção o USS Kearsarge, um navio anfíbio da classe Wasp, usado para disparar torpedos e, sobretudo, para lançar e acomodar embarcações de desembarque e hovercraft, bem como drones subaquáticos. Os testes de veículos subaquáticos não tripulados (UUV) eram um dos propósitos declarados do exercício naval.

Analistas alemães, citados pela RT, assinalaram que, além desses veículos para reconhecimento e remoção de minas marítimas, que teriam sido testados no BALTOPS 22, os países da OTAN também possuem drones subaquáticos que podem ser facilmente convertidos para transportar minas marítimas ou dispositivos explosivos pesados semelhantes, ou são projetados para esse fim desde o início.

Para esses analistas, a lista de suspeitos é comparativamente curta, já que IEDs grandes o suficiente para destruir os bem protegidos oleodutos Nord Stream teriam que ser transportados por um seleto – e reduzido – grupo de modelos.

É o caso dos LDUUV Snakehead desenvolvido pelo Naval Undersea Warfare Center da Marinha dos EUA (o NUWC estava envolvido no BALTOPS22) e o XLUUV Orca desenvolvido pela Boeing, que, como um submarino diesel-elétrico autônomo ou controlado remotamente, se encaixa bem no convés do Kearsarge em termos de dimensões e peso, é explicitamente projetado para transportar minas marítimas e deve ser submetido a testes no verão de 2022. Há, ainda, o D19 do fabricante francês XXX e a Noruega, com várias classes de peso do fabricante Kongsegg.

“O Kearsarge também pode facilmente apoiar o envio de mergulhadores de combate e explosivos numa escala que seria necessária para explodir os tubos de gás natural reforçados com cimento armado enterrados no fundo do mar. Porque ele e os barcos que transporta podem acomodar facilmente os diversos dispositivos necessários e o grande número de pessoal”, registraram, ainda, esses analistas.

Fonte: Papiro