Foto: José Paulo Lacerda/Agência CNI

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) divulgou, na terça-feira (1/10), os dados do setor no mês de agosto. A situação é pouco animadora, apesar de registrar um aumento de 12,4% no total das vendas líquidas em relação a julho, no acumulado do ano e no acumulado nos últimos doze meses, há quedas acentuadas, respectivamente, de 13,4% e 14,3%.

José Velloso, presidente-executivo da Abimaq, presente na coletiva, ponderou que o nível de investimento da economia está muito abaixo dos 25% necessários para o país crescer na faixa de 5% ao ano. Atualmente, a taxa de investimento em relação ao PIB está em 16,8%.

Velloso comentou a recente retomada da alta dos juros básicos (Selic) pelo Banco Central. “A taxa de juros está muito alta”, afirmou Velloso na coletiva. “Essa recuperação, que começou há dois meses, a gente pode perder isso em função da retomada do crescimento da taxa de juros”.

“Se a gente olhar o filme, a gente vem recuperando, mas a fotografia está ruim ainda”, ressaltou Velloso. “Com essa reversão da curva de juros, a gente entra em um período de incerteza, se a gente vai continuar recuperando ou se a gente volta a estagnar”.

De acordo com a diretora-executiva de Economia, Estatística e Competitividade da Abimaq, Cristina Zanella, “se a gente olha o dado do primeiro trimestre, a gente acumulava uma queda de 22%; quando a gente fechou o semestre, fechamos com uma queda de 17% e agora com uma queda de 14%, então está indo na direção que a gente esperava”.

A Abimaq prevê que a receita total do setor recuará 7% em 2024, o faturamento doméstico deve cair 8,8%.

Os resultados das exportações foram de queda de 29% de agosto sobre julho e nos acumulados do ano e do acumulado em 12 meses apresentam tombos de 10,4% e de 4,4%, respectivamente.

As importações sofreram uma redução de -3,6% de agosto sobre e julho e carregam 6,9% de alta no acumulado do ano e 3,1% no acumulado de 12 meses. “Apesar da queda na ponta, as importações continuam em patamar historicamente elevado, tirando espaço do produtor local”, segundo a entidade no relatório “Indicadores Conjunturais”.

A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de agosto utilizando 76,0% da sua capacidade instalada, valor 0,2 pp abaixo do observado no mês anterior, mas 0,6 p.p. acima do resultado do mesmo mês do ano anterior.

Em agosto de 2024, houve alta no número de pessoas empregadas na indústria de máquinas equipamentos (+1,2%). Desta forma, o setor encerrou o mês com 394.025 trabalhadores.

Fonte: Página 8