Colegas prestam homenagem ao jovem jornalista palestino assassinado por Israel | Foto: Yemen Press Agency

A força de ocupação e extermínio de Israel assassinou mais um jornalista. Desta vez, o palestino Hassan Hamad, dias depois dele relatar ameaças de morte por militares de Israel por seu jornalismo sobre os crimes de guerra na faixa de Gaza. Ele estava em sua casa em Jabalya, norte de Gaza, quando foi morto por míssil disparado por um drone israelense.

Hamad, de 19 anos, fazia vídeos documentando há mais de um ano a destruição feita pelos israelenses contra Gaza. Ele trabalhou como um repórter freelancer de TV e já teve seu trabalho publicado na Al Jazeera e outras redes de jornalismo televisivo.

“Hassan Hamad, o jornalista que não viveu além dos 20 anos, resistiu por um ano inteiro à sua maneira. Ele resistiu ficando longe de sua família para que eles não fossem alvos. Ele resistiu quando lutou para encontrar um sinal de internet, sentado por uma ou duas horas no telhado apenas para enviar os vídeos que chegam até você em segundos.” Foi postado por um colega na conta do X (ex-Twitter) de Hamad.

“Às 6h (03:00 GMT), ele me ligou para enviar seu último vídeo. Depois de uma ligação que não durou mais do que alguns segundos, ele disse: ‘Lá estão eles, lá estão eles, é o fim’, e desligou”, acrescentou o colega. De acordo com imagens verificadas pela Al Jazeera, o corpo de Hamad foi encontrado em pedaços e teve que ser colocado em sacos e caixas após o ataque israelense. “Isso é o que resta de seu corpo”, compartilhou um de seus colegas no Instagram.

Uma outra jornalista, Maha Hussaini, relatou que alguns dias atrás, antes do assassinato de Hamad, ele estava sendo ameaçado por um militar israelense por mensagens do WhatsApp. Tentando intimidá-lo a parar de filmar os crimes de guerra de Israel em Gaza.

“‘Ouça, se você continuar espalhando mentiras sobre Israel, nós iremos atrás de você e sua família. Este é o seu último aviso’…” Hussaini postou no X, compartilhando a mensagem que Hamad havia recebido.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, desde o início da invasão do exército israelense, 175 jornalistas foram mortos e mais de 190 estão feridos, 87 instituições jornalísticas em Gaza foram destruídas ou fechadas por Israel.

Também de acordo com o Ministério da Saúde, oficialmente, mais de 41.870 palestinos foram mortos no genocídio de Israel, 97.166 estão feridos e mais de 11.000 dados como desaparecidos, presumidamente mortos ou embaixo dos escombros. Milhões de palestinos estão desabrigados por causa de uma das maiores campanhas de bombardeio indiscriminado da atualidade que destruiu mais de 60% da faixa de Gaza.

Autoridades internacionais e grupos de ajuda humanitária denunciaram que a maioria das vítimas em Gaza, mortos, feridos e desaparecidos, são mulheres e crianças.

Fonte: Papiro