Destruição no campo de refugiados palestinos no norte do Líbano | Foto: Reprodução

Agência das Nações Unidas denuncia o ataque ao campo de refugiados palestinos no norte do Líbano e o bombardeio criminoso das tropas israelenses na Cisjordânia.

“Um drone israelense atingiu uma casa próxima à mesquita Khalil Al Rahman, no campo de refugiados de Al Bedaoui”, no norte do Líbano, na madrugada deste sábado (4), afirmou o canal Al Jadeed. O ataque feito por um veículo aéreo não tripulado é o primeiro realizado desta forma na região, e trouxe muito desespero, principalmente entre as crianças que sentiram o impacto da explosão.

A mais recente operação das tropas de Benjamin Netanyahu teve como alvo um apartamento residencial num bairro densamente povoado e resultou no assassinato do líder das Brigadas Al-Qassam, Saeed Al-Ali, da sua esposa, Shaima Azzam, e das suas duas filhas, Zainab e Fatima. Ainda não se tem informação sobre os feridos.

A Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina (UNRWA) recordou que, antes mesmo do atentado, o campo já sofria pela precariedade de sua infraestrutura e de serviços básicos, com os seus residentes sendo altamente dependentes dos serviços prestados pelo órgão, incluindo educação, saúde e ajuda humanitária. O acampamento tem três escolas e um centro de saúde principal, completamente insuficientes para satisfazer as necessidades da sua crescente população.

Ahmed Hazbouz, residente do edifício atacado, revelou à Al Jazeera Net que a explosão foi violenta e provocou um estado de confusão e pânico entre os moradores. Os momentos de terror se agravaram porque o estrondo foi seguido de um grande incêndio, tornando impossível qualquer resgate. Na ausência do equipamento de defesa necessário, explicou Hazbouz, os moradores tiveram que se socorrer em baldes de água para conter o fogo, obviamente sem sucesso.

O campo de Al-Beddawi está localizado a 5 km da cidade libanesa de Trípoli. É um dos campos estabelecidos pela UNRWA para abrigar refugiados que foram deslocados à força da Palestina durante a Nakba (Catástrofe) em 1948. Naquela data, centenas de milhares de palestinos foram expulsos pelas tropas israelenses de suas terras e tiveram cerca de 500 vilas completamente devastadas.

Hoje, o campo inclui cerca de 30 mil refugiados palestinos, além de deslocados do campo de Nahr al-Bared, destruído em 2007, juntamente com milhares de refugiados sírios e centenas de famílias libanesas que necessitaram abanodonar o sul após a escalada nazisraelense.

Nas últimas décadas, Al-Beddawi atraiu um grande número de refugiados palestinos  deslocados de outros campos que foram destruídos durante a Guerra Civil Libanesa, como os campo de Nabatieh e Tal Zaatar, destruídos em 1974 e 1976.

Israel invadiu o Líbano e rompeu suas fronteiras terrestres na última terça-feira (1º) após intermitentes bombardeios aéreos que resultaram em cerca de dois mil mortos, incluindo mulheres e crianças, asseguraram fontes oficiais libanesas.

Diante dos sucessivos crimes cometidos pelas tropas israelenses contra a população civil na Palestina, o Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas se manifestou contra o bombardeio do campo de refugiados de Tulkarm, na Cisjordânia ocupada, na quinta-feira (3).

O Escritório das Nações Unidas apontou que o ataque demonstra o uso sistemático de força letal por tropas de israelenses. “O bombardeio faz parte de um padrão muito preocupante de uso ilegal da força pelas forças de Israel na Cisjordânia, que tem provocado danos generalizados aos palestinos e uma grande deterioração dos edifícios e infraestruturas”, condenou.

Fonte: Papiro