Caminhões com mantimentos aguardam para entrar em Gaza | Foto: Alqahera News

Um orfanato e uma escola foram bombardeados pelas tropas de ocupação israelenses, assassinando respectivamente oito e treze pessoas, a maioria crianças, na Cidade de Gaza, denuncia o portal Palestine Chronicle.

Ambas as unidades – o orfanato Al Amal, na região ocidental, e a Escola Muscat, no bairro de Al Tuffah, no leste – abrigavam refugiados da guerra de extermínio israelense.  Segundo a ONU, só no mês de setembro Israel matou pelo menos 86 palestinos com ataques a 10 escolas. E, em nova incursão em Khan Younis na quarta-feira, pelo menos 12 crianças, incluindo um bebê de 22 meses, foram mortas pelos agressores israelenses.

Em 24 horas, foram mais de 90 palestinos mortos e dezenas de feridos ou mutilados nos massacres cometidos em Gaza pelas hordas de Netanyahu/Gallant. Quase a metade durante uma incursão israelense nas áreas de Qizan Al-Najjar, Al-Manara e Ma’anin em Khan Younis na manhã de quarta-feira, disse o ministério da Saúde palestino.  

À agência de notícias turca Anadolu testemunhas disseram que o exército israelense realizou uma incursão repentina com tanques e aviação ao amanhecer no leste de Khan Younis, abrindo fogo direto contra casas palestinas, matando pelo menos 40 palestinos.

Segundo a agência de notícias, os corpos de 32 palestinos foram levados ao Hospital Europeu de Gaza, enquanto fonte do Complexo Médico Nasser relatou que oito vítimas foram recuperadas sob os escombros. Equipes de resgate e ambulância foram impedidas pelos invasores de chegarem a casas atingidas.

A casa da família Ghattas, no bairro de Shejaiya, no leste da Cidade de Gaza, foi arrasada pelos israelenses, com pelo menos oito palestinos mortos. Nove pessoas da família Al-Farra na área de Ma’an, a leste de Khan Younis, foram também assassinadas pelos esbirros de Netanyahu.

No campo de Al Nuseirat, na área de Al Sawarah, bombardeio de civis por um drone israelense matou quatro palestinos e feriu outros, informou a agência de notícias palestina WAFA. Outro drone israelense destruiu o cemitério de Al-Sawwarah, no centro de Gaza, resultando em vítimas, disse a Quds News Network (QNN).

Segundo a conceituada revista médica The Lancet, a escala do genocídio perpetrado por Israel em Gaza se aproxima dos 200 mil, quando se incluem as mortes indiretas pela invasão, como pela fome ou falta de atendimento médico, na conta.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 41.689 palestinos foram mortos e 96.625 feridos no genocídio em curso de Israel em Gaza a partir de 7 de outubro de 2023 – a maioria, mulheres e crianças. Pelo menos 11.000 pessoas estão desaparecidas, presumivelmente mortas sob os escombros. Dois milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas sob ameaça de bombas e mísseis, no maior êxodo em massa desde a Nakba de 1948.

Sob cobertura da Casa Branca, o regime supremacista israelense continua desafiando uma resolução do Conselho de Segurança da ONU exigindo um cessar-fogo imediato e insiste no genocídio, sob investigação da Corte Internacional de Justiça da ONU, a pedido da África do Sul, o país que venceu o apartheid e o racismo. Tentando perpetuar o apartheid, o regime de Tel Aviv vem estendendo seus crimes de guerra ao Líbano, Síria, Irã e Iêmen – de atentados indiscriminados a bombardeios e assassinatos políticos-, buscando uma guerra generalizada no Oriente Médio.

O chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Philippe Lazzarini, denunciou que, sob os impedimentos praticados por Israel, a entrada de ajuda em Gaza atingiu um recorde de baixa em setembro, com uma média de apenas 52 caminhões humanitários entrando a cada dia, cerca de 10% da ajuda que Gaza recebia antes da reocupação.

Lazzarini, que teve sua entrada em Israel proibida antes que medida idêntica fosse anunciada para o secretário-geral Guterres, disse que mais de 1,4 milhão de pessoas não receberam alimentos das operações de ajuda em setembro, comparado com 1 milhão em agosto.

“De novo e de novo a fome está se espalhando em Gaza. É inteiramente produzida pelo homem. Quase 70% dos campos de cultivo foram destruídos. Uma população inteira é forçada a depender exclusivamente da ajuda humanitária que agora está sendo cortada”, disse Lazzarini.

“Restrições e atrasos nas entregas de ajuda só pioram uma situação já terrível para as famílias deslocadas. Com o inverno se aproximando e as condições climáticas se deteriorando, a falta de suprimentos humanitários adequados só gerará mais sofrimento”, acrescentou o dirigente da UNRWA.

Fonte: Papiro