Protesto contra agressão de Israel ao Líbano se estende por quarteirões em Nova Iorque | Foto: WAFA

Na Europa, países como a Bélgica e a Itália foram palco de protestos neste domingo (29). Na cidade belga de Utrecht, uma grande multidão que agitava bandeiras palestinas e libanesas reuniu-se para denunciar a crescente violência no Líbano. Os manifestantes exigiram que as autoridades cortassem relações com o regime israelense.

Na cidade de Milão, na Itália, milhares de pessoas marcharam acusando a administração da primeira-ministra Giorgia Meloni de cumplicidade nas operações militares de Israel em Gaza, na Cisjordânia e no Líbano. A multidão assistiu a um minuto de silêncio em memória de Nasrallah no ato que se unificou em torno da palavra de ordem: “Perdemos tantas pessoas, mas não a resistência”.

Também no Chipre, ativistas protestaram em frente à base militar de Akrotiri, Força Aérea Real Britânica, acusando o Reino Unido de oferecer apoio tácito às operações em curso de Israel em Gaza e no Líbano. Bradando “Fora as bases da morte”, os manifestantes protestaram diante das portas fechadas do estabelecimento.

Na semana passada, a Grã-Bretanha enviou tropas adicionais a Chipre sob pretexto de apoiar uma possível evacuação de cidadãos ingleses retidos no Líbano, depois da série de ataques aéreos israelenses que culminaram no assassinato de Nasrallah.

Trabalhadores e estudantes da Caxemira, na Índia, saíram às ruas para condenar o assassinato de Nasrallah e a matança de crianças, mulheres e trabalhadores civis. Os manifestantes bradavam a favor do povo palestino.

Vários países da Ásia Ocidental, incluindo Irã, Síria, Iraque e Iêmen, declararam dias de luto nacional pelo martírio do líder libanês.

Em Damasco, bandeiras foram colocadas a meia haste em edifícios oficiais da capital síria neste domingo, lamentando a morte do secretário-geral do Hezbollah, enquanto a imagem de Nasrallah era vista por todos os bairros em cartazes, faixas e outdoors.

Ativistas, membros de organizações de defesa dos direitos humanos e representantes das comunidades palestina, árabe e muçulmana exigiram o fim da escalada sionista contra o Médio Oriente.

E os protestos contra o genocídio israelense também se repetiram nos Estados Unidos. Empunhando cartazes e agitando bandeiras palestinas, milhares de pessoas se reuniram na cidade de Nova Iorque, no centro de Manhattan, na movimentada Times Square, no domingo à tarde. A partir daí, aplaudiram e apoiaram o direito do povo palestino de lutar contra a opressão israelense.

Os manifestantes convocados pela Coligação Shut It Down For Palestine, que inclui o Movimento da Juventude Palestina, PAL-Awda NY, Fórum do Povo, Nodutdol, a Coligação Answer e outros grupos, exigiram que o governo fascista liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ponha fim ao genocídio em curso contra Gaza e a Cisjordânia, onde a ocupação já matou cerca de 42.000 palestinos, e à atual agressão contra o Líbano, onde este domingo os seus ataques mataram mais de uma centena de civis. Alertaram que Netanyahu, junto com os ministros fanáticos Smotrich e Gvir, querem arrastar toda a região do Médio Oriente para uma guerra.

O Ministério da Saúde do Líbano afirmou que mais de mil libaneses foram mortos e 6 mil ficaram feridos nas últimas duas semanas, sem especificar quantos eram civis. Um milhão de pessoas – um quinto da população – fugiram de suas casas, segundo o governo.

A cumplicidade de Washington com os crimes contra a humanidade perpetrados por Netanyahu contra os povos árabes foi denunciada em vários momentos. Lembraram que o massacre é cometido com armas norte-americanas e que o apoio político, financeiro e militar da elite imperialista estadunidense cria um quadro de impunidade para Israel, que atua com base no entendimento de que não será responsabilizada pelos seus crimes brutais.

Os ativistas exigiram ainda que a Casa Branca e os governos de países como o Reino Unido, França, Alemanha e Espanha impusessem um embargo total de armamento a Israel.

Nas últimas semanas, Israel executou ataques terroristas sem precedentes, por via remota, matando e ferindo centenas de pessoas no Líbano. Intensificou depois os seus bombardeios contra áreas civis altamente povoadas no sul e em Beirute.

Esses atentados são pagos com o dinheiro dos contribuintes americanos, denunciaram. Pouco antes de matar Nasrallah, em 27 de setembro, o governo de Netanyahu confirmou que tinha obtido um pacote de mais de 8,7 bilhões de dólares da Casa Branca para alimentar a sua guerra genocida.

A mobilização deste domingo foi a segunda da semana passada. Na sexta-feira (27), milhares de pessoas, membros de organizações de defesa dos direitos humanos e representantes das comunidades palestina, árabe e muçulmana protestaram em frente à residência onde estava hospedado Benjamin Netanyahu, na cidade de Nova Iorque.

Enquanto o presidente israelense fazia um discurso perante a ONU justificando os seus crimes de guerra contra palestinos e libaneses, os manifestantes repudiaram e condenaram as atrocidades do fascismo israelense contra os povos árabes.

Fonte: Papiro