Jenin foi a mais devastada pelas recentes incursões israelenses | Foto: Vídeo Euronews

“Uma nova frente está se abrindo com um objetivo claro: transformar a Cisjordânia numa nova Faixa de Gaza, aumentando a violência, deslegitimando a Autoridade Nacional Palestina”, alertou Borell durante a reunião ministerial da Liga Árabe realizada nestes dias 11 e 12 de setembro no Cairo.

Ele enfatizou que o regime israelense está “encorajando provocações com o único intuito de justificar agir com mais força, não tendo medo de dizer ao mundo que a única forma de uma resolução do conflito seria a anexação da Cisjordânia e de Gaza”.

No fórum das nações árabes, o diplomata espanhol sublinhou que “sem intervenção, a Cisjordânia tornar-se-á uma nova Gaza e Gaza tornar-se-á uma nova Cisjordânia”, e voltou a denunciar o regime genocida liderado por Netanyahu, lamentando que existam membros radicais no seu gabinete cuja linha de ação é impossibilitar a criação de um Estado Palestino.

“Aqueles que conduzem a guerra não têm interesse em acabar com ela”, afirmou em referência ao gabinete de Netanyahu, acrescentando que “devemos ver que tipo de pressão exercer sobre aqueles que não querem solução para o conflito”.

Recentemente, Borell já havia convocado a União Europeia a definir sanções aos ministros israelenses Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir que, segundo o diplomata, têm feito declarações de incitamento à “prática de crimes de guerra” pelas tropas de Israel.

Desde 28 de agosto, as forças de ocupação lançaram uma agressão em larga escala na Cisjordânia, especialmente nas províncias de Tulkarem, Jenin e Tubas, que até agora resultou na morte de 47 civis, incluindo 21 de Jenin, nove de Tulkarem, 13 de Tubas, três de Hebron e uma mulher assassinada em Nablus, o que eleva o número de mortos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém, desde 7 de outubro de 2023 para 699, incluindo 159 crianças, 10 mulheres e 9 idosos.

A essa devastação se junta o mundialmente execrado assassinato da ativista turco-norte-americana, Eigy, com um tiro na cabeça, pelos esbirros de Netanyahu.

Existem atualmente mais de 700.000 colonos usurpadores judeus na Cisjordânia, incluindo no leste de Al-Quds (Jerusalém). Esses colonos vivem em 300 locais assaltados e ocupados à força em postos avançados, espalhados pela Cisjordânia palestina, todos eles ilegais segundo o direito humanitário internacional, uma vez que, sendo alimentados por verba e tropa governamental, equivalem à transferência da sua própria população por parte de Israel para os territórios que agora ocupa.

Fonte: Papiro