Casa destruída por bombardeio em Tulkarem | Foto: AA

Após uma devastadora razia de 10 dias em Jenin, as forças de ocupação e extermínio de Netanyahu continuam a agressão exacerbada à Cisjordânia, desta vez acelerando a agressão à cidade de Tulkarem pelo segundo dia consecutivo, causando destruição de infraestrutura e de propriedade dos cidadãos.

Os invasores atacam Tulkarem com blindados e escavadeiras causando destruição de ruas, além de sitiarem o hospital governamental local.

Para fazer prisões, invadiram diversas casas nesta madrugada de quarta-feira. As tropas ainda estão usando diversas das casas invadidas como quartéis onde os invasores se instalam, conforme descreve o correspondente da agência de notícias palestina WAFA.

Além do cerco ao Hospital Governamental Martyr Dr. Thabet, os israelenses obstruem o trabalho das equipes de ambulância e a entrada e saída de pacientes do hospital, além de submetê-los a violentos interrogatórios.

Na terça-feira (10) à noite, os soldados forçaram a moradores do bairro onde vivem refugiados de 1948 a abandonarem suas casas, demolindo algumas delas.

Invadiram ainda o Departamento de Água no prédio da Prefeitura de Tulkarem depois de remover suas portas, revistá-lo e vandalizá-lo e detiveram Mohammad Al-Hamshari, o funcionário responsável, no momento da invasão.

O número e destino dos cidadãos presos após terem suas casas invadidas não são conhecidos até agora devido e a agressão continua em andamento.

Em vista do ataque contínuo a Tulkarem e seu acampamento, a Diretoria de Educação informou que suspendeu as aulas em todas as escolas da província para garantir a segurança dos alunos e do corpo docente.

O novo ano escolar que deveria ter começado na última segunda-feira, também não foi retomado na Faixa de Gaza, onde o conflito intenso continua a cobrar um preço dramático dos alunos, professores e escolas. Os alunos da primeira série se juntam a 625.000 crianças que já foram privadas de um ano escolar inteiro e, com o conflito ainda em andamento, enfrentam o alto risco de um segundo ano sem educação, afirmou a UNICEF em um comunicado emitido na segunda-feira.

Desde 28 de agosto, as forças de ocupação lançaram uma agressão em larga escala na Cisjordânia, especialmente nas províncias de Tulkarem, Jenin e Tubas, que até agora resultou na morte de 47 civis, incluindo 21 de Jenin, nove de Tulkarem, 13 de Tubas, três de Hebron e uma mulher assassinada em Nablus, o que eleva o número de mortos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém, desde 7 de outubro de 2023 para 699, incluindo 159 crianças, 10 mulheres e 9 idosos.

Em coletiva de imprensa na terça-feira (10), Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, denunciou que o exército israelense deteve à mão armada um comboio composto de pessoal internacional e local no trabalho conjunto que envolve várias agências da ONU que se dirigia para o norte de Gaza para colaborar na campanha de vacinação contra a poliomielite.

“Tanques e escavadeiras do exército israelense atacaram os veículos da ONU pela frente e por trás, enquanto o pessoal da ONU ainda estava lá dentro”, afirmou Dujarric.

“Uma escavadeira lançou destroços sobre o primeiro veículo, enquanto os soldados israelenses ameaçavam o pessoal, impedindo-os de abandonar os seus veículos em segurança”, acrescentou.

O comboio foi posteriormente libertado e funcionários da ONU declararam que anda não conseguiram avaliar os prejuízos.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA) condenou veementemente o regime israelense por este incidente, destacando que esta situação ocorreu apesar da notificação e coordenação prévias, não existindo a possibilidade de ter sido uma ação de segurança.

A UNRWA informou no final de agosto passado que 207 dos seus funcionários estavam entre os mais de 280 trabalhadores humanitários mortos por Israel desde o início da guerra em Gaza, em outubro passado.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) renovaram o seu pedido para estabelecer “pausas humanitárias” de sete dias na Faixa de Gaza, a fim de realizar uma campanha de vacinação em massa contra a poliomielite.

Estas organizações internacionais exigiram uma campanha de vacinação depois de detectarem amostras de poliomielite nas águas residuais de Gaza que podem causar paralisia, bem como vários casos em crianças com sintomas compatíveis com a doença. A campanha, prevista até meados de  Setembro, visa vacinar 640 mil crianças menores de 10 anos contra a poliomielite tipo 2 (cVDPV2), segundo o comunicado das organizações.

Mesmo enfrentando bombardeios e ataques, com tréguas curtas, a população palestina já teve cerca de 530 mil crianças na devastada Faixa de Gaza recebendo a primeira dose na campanha de vacinação contra a poliomielite que começou em 1 de setembro, conforme informou hoje a UNRWA.

As organizações humanitárias preveem realizar outra rodada no final deste mês para administrar a segunda dose e completar a imunização dos menores.

Segundo fontes médicas, o número de mortos na Faixa de Gaza atingiu 41.084, a maioria mulheres e crianças, desde o início da agressão genocida israelense, em 7 de outubro.

As mesmas fontes revelaram que o número de feridos aumentou para 95.029 desde o início do genocídio, enquanto há milhares de vítimas sob os escombros.

Fonte: Papiro