O ex-deputado Jamil Murad

Entre os dias 20 e 22 de setembro, a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) realizou, em São Paulo, seu 11º Congresso e elegeu nova direção, sob a presidência de Ualid Hussein Ali Mohd Rabah. Convidado a participar do evento, o ex-deputado Jamil Murad representou o PCdoB e fez um pronunciamento marcado pela indignação contra o genocídio do povo palestino. “O que está acontecendo em terras palestinas desde 7 outubro de 2023 é um crime hediondo contra o povo palestino e contra a humanidade”, declarou.

Murad destacou que o processo em curso é uma “limpeza étnica feita em pleno século 21. Uma limpeza étnica que, aliás, já está em curso há muitas décadas, com autores conhecidos: o Estado de Israel e os Estados Unidos da América, seu patrocinador e incentivador”. 

Mais de 40 mil pessoas já foram mortas na Faixa de Gaza desde outubro, muitas das quais, crianças e mulheres. Outras milhares foram feridas ou passam fome. Os hospitais e a infraestrutura local também estão seriamente danificadas, o que potencializa ainda mais o sofrimento dos palestinos. 

O ex-deputado também chamou atenção para o cerco midiático pró-Israel, país que “é apresentado como ‘democrático e tolerante’, não só nos sites, jornais e canais de televisão, mas em toda a produção cultural. A verdade é justamente o inverso”. 

Murad também externou solidariedade ao Líbano, à Síria e ao Irã, “constantes alvos da mão assassina de Israel”. E salientou que, “se existe um povo amante da paz, é o povo palestino. Povo este que, há três décadas, em nome desta paz tão sonhada, fez concessões importantes, nos chamados Acordos de Oslo, que garantiam negociações pacíficas como caminho para o estabelecimento de um Estado Palestino independente, com fronteiras internacionalmente reconhecidas”. 

No entanto, lembrou, “Israel nunca cumpriu os acordos e nunca teve a intenção de cumprir e o pouco que restava do território palestino foi sendo ocupado por assentamentos ilegais promovidos pelo Estado israelense, diante da inércia mundial”.  A única maneira de alcançar a paz no Oriente Média, salientou Murad, “é a constituição de um Estado Palestino independente e soberano”. 

Ao finalizar sua fala, o ex-deputado enfatizou que “apesar de tal poder, os sionistas podem ser e serão derrotados. Em primeiro lugar pela luta heroica do povo palestino, mas também pela mobilização da consciência humana mundial”.

Ele acrescentou que “a causa Palestina não é uma causa específica de um espectro ideológico determinado, a causa Palestina é uma causa que envolve um direito humano básico: o direito de um povo a sua terra ancestral, e por isso todo homem e mulher, independentemente de sua opção ideológica, se for uma pessoa justa e honesta, será defensor ou defensora da causa palestina”. 

Por isso, concluiu, “nosso dever imediato é não cair na rotina e não aceitar a normalização do genocídio. Temos que construir no Brasil grandes mobilizações em favor da Palestina e a Fepal será o eixo sobre o qual isso será construído”.