“Ataque a Kursk mostra que fascistas de Kiev não querem negociar pela paz”, afirma Putin
“Protegemos as pessoas que vivem no Donbass, nosso futuro comum e o futuro da Rússia. Porque não podemos nos dar ao luxo de que sejam criadas estruturas hostis ao nosso lado”, afirmou o presidente russo Vladimir Putin, referindo-se aos movimentos armados da Ucrânia atravessando a fronteira à altura de Kursk.
Durante uma conversa em uma escola da cidade siberiana de Tuva, na segunda-feira (2), Putin destacou ainda que “o plano deles era parar a nosso avanço nos principais locais na região do Donbass. O resultado é sabido. As pessoas estão tendo e passando por duras provações, especialmente na região de Kursk. Mas o principal objetivo que o inimigo tinha em mente, ou seja, parar o nosso desbravamento no Donbass, acabou falhando”, assinalou o chefe de estado.
Nesse sentido, disse que as Forças Armadas da Rússia passam a liberar novos territórios nessa região não em uma escala de metros, mas de quilômetros quadrados.
Durante a conversa, Putin destacou que “a Rússia nunca se recusou a conduzir negociações de paz, mas é preciso lidar com os bandidos que invadiram o território do país e jogaram fora todos os acordos pacíficos. Eles jogaram fora todos esses acordos e começaram os preparativos para operações militares, que já conduziram repetidamente também no território de Donbass”, um território liberado da opressão anti-russa e que a própria população decidiu pela integração com a Federação da Rússia.
“Eles anunciaram que não cumpririam os chamados acordos de Minsk, quando concordamos em como desenvolver ainda mais as relações com a Ucrânia e dentro da Ucrânia com aquelas pessoas que não perdem os laços com a Rússia”, lembrou.
Putin frisou também que a Rússia não está perdendo o contato com os países ocidentais, apesar das tentativas de elites em países não amistosos de isolar Moscou.
Reafirmando que a provocação ucraniana está fadada ao fracasso garantiu que, depois dela ser derrotada, os agressores da Rússia “terão o desejo de realmente — não em palavras, mas em atos — avançar para negociações pacíficas e resolver essas questões pacificamente”.
Em sumária recapitulação: Nos dias 23 e 24 de agosto, a Rússia respondeu atingindo as bases ucranianas onde estão estacionados caças F-16 recém fornecidos ao regime nazista de Kiev pelos Estados Unidos. Em ataques na quarta-feira (28), foi a vez dos mísseis russos de última geração, os Khinzal, atingirem depósitos de lançadores de mísseis e munição, usados para atacar cidades e infraestrutura na Rússia, assim como defesas antiaéreas.
“Criminosos ucranianos culpados de crimes internacionais graves contra seus próprios cidadãos e cidadãos russos, bem como seus capangas, serão levados à Justiça e serão punidos como merecem”, declarou a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, à agência Sputnik, nesta terça-feira (3).
“Na verdade, o governo ucraniano quer retirar seus cidadãos da jurisdição até mesmo do Tribunal Penal Internacional [TPI], que é o mais leal a ele possível, mas ao mesmo tempo reservar o direito de processo criminal em Haia a cidadãos de outros países por acusações inventadas pela própria Ucrânia”, denunciou a diplomata.
A postura de Kiev sobre a ratificação com inúmeras condições do Estatuto de Roma – que julga crimes graves quando os Estados falham em fazê-lo -, mostra sua verdadeira atitude em relação ao direito internacional humanitário, acrescentou.
“Tal passo não pode ser considerado senão uma intenção indisfarçável de dar carta branca aos seus militares para cometerem crimes de guerra graves”, concluiu Zakharova.
Fonte: Papiro