Foto: spbancarios

Em nova rodada de negociações da campanha salarial 2024, o Comando Nacional dos Bancários (CNB) rejeitou mais uma vez a proposta apresentada pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), na terça-feira (27). De acordo com a entidade, não houve avanço, e os bancos apresentaram “a vergonhosa proposta de reajuste sem aumento real com 100% do INPC somente em janeiro de 2025”.

O CNB reforçou que a categoria só aceitará proposta de reajuste que venha com aumento real e que os bancários continuam mobilizados e em estado de greve.

“A proposta final da Fenaban no dia de hoje representaria uma perda de R$ 1,2 bilhão para os trabalhadores, considerando salários, segunda parcela do 13º, vale alimentação e vale refeição e antecipação da PLR. Ou seja, além de não repor o poder de compra e valorizar a remuneração da categoria, ainda faz uma proposta indigesta, bem na véspera do Dia dos Bancários, que deveria ser um dia de comemoração pela contribuição dos trabalhadores aos altos lucros do setor”, afirmou a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro, uma das coordenadoras do Comando.

Rebatendo os argumentos dos banqueiros sobre dificuldades do setor para atender às demandas da categoria, o comando afirma que, “se para os bancários a proposta é de perdas, para os altos executivos não tem miséria. Estudo Liderança Empresarial 2024, da Vila Nova Partners, divulgado pelo [jornal] Valor, mostra que, de 83 empresas com ações na Bovespa, o setor com maior remuneração foi o financeiro, com valores de até R$ 67 milhões por ano para seus executivos”.

Para Juvandia Moreira, também membro do CNB, “em um país em que dois da lista dos cinco novos bilionários da Forbes em 2024 são banqueiros, em que entre as 10 maiores empresas do país, cinco são bancos, além de desrespeitar o trabalhador com esses apontamentos, a Fenaban não demonstra ter compromisso com o desenvolvimento do país”. Ela ainda lembrou que, só em 2023, os bancos tiveram lucro de R$ 145 bilhões.

Na mesa de negociações, a Comando Nacional dos Bancários também reivindica dos bancos medidas para a defesa do emprego; contra a terceirização do setor bancário; combate às metas abusivas; linhas de crédito diferenciadas para os bancários; melhorias na ajuda de custo do teletrabalho; jornada de 4 dias; isonomia salarial entre homens e mulheres, entre outras reivindicações.

O Sindicato está convocando plenária para amanhã, quinta-feira, às 19h, no Auditório Azul de sua sede (Rua São Bento, 413, Centro), e assembleia geral no dia 4 de setembro para organizar a mobilização. “É importante que todos participem e registrem a sua indignação diante da proposta rebaixada dos bancos”, convida Neiva.

Fonte: Página 8