Marçal foi preso e delatou comparsas da quadrilha
O “coach” Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, só foi liberado da prisão depois que entregou para a Polícia Federal informações dos demais membros da quadrilha que realizava fraudes bancárias. Marçal falou até de comparsas que estavam em outros Estados.
Marçal foi preso em 2005 e condenado por furto qualificado em 2010.
Dois dias depois da prisão, um ofício da Polícia Federal enviado para a Justiça Federal de Goiás pedia a soltura de Pablo Marçal por ele ter colaborado com a investigação passando informações dos demais membros da quadrilha.
A PF disse que, “pelo acima exposto, não se faz mais necessária a manutenção de sua prisão temporária”. Ele foi solto no dia três de setembro de 2005, enquanto os demais permaneceram presos.
A Polícia Federal informou que Pablo Marçal “repassou várias informações a respeito de vários envolvidos com o esquema de fraudes via internet”.
Ele falou que dois outros criminosos estavam morando em Cuiabá (MT), “onde continuariam operando seu ‘esquema’”. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A função de Marçal na quadrilha era conseguir listas de e-mails de possíveis vítimas e realizar a manutenção dos computadores.
Os demais membros enviavam mensagens mentirosas e com vírus com o objetivo de conseguir senhas das pessoas e, com isso, realizar fraudes bancárias. Um áudio obtido pela investigação mostra que Marçal já se ofereceu para realizar esse serviço.
O juiz responsável pela condenação afirmou que “os conhecimentos que [Marçal] detinha em informática” tornavam possível “claramente compreender a perfeita dimensão do que ocorria”.
Na contramão, Pablo Marçal hoje jura que não sabia o que o grupo fazia.
No primeiro interrogatório feito quando da prisão, ele relatou para os policiais sobre como agia a quadrilha, falou sobre os programas utilizados e ainda disse que outro membro do grupo tinha acesso a “todas as contas bancárias que seriam fraudadas”.
Mais tarde, Marçal contou sobre um homem que pediu para participar dos crimes e conseguiu a compra de um programa que atuava em conversas de comunidades virtuais.
Apesar de ter sido condenado a quatro anos e cinco meses de prisão, Pablo Marçal nunca cumpriu a pena por apresentar recursos até que seus crimes prescrevessem.
Em entrevista à GloboNews, feita na segunda-feira (26), o candidato disse que aceitou o dinheiro da quadrilha para “ajudar na minha casa” e que “todo mundo erra”.
No começo da campanha, o bolsonarista dizia que sequer existia condenação e que o caso era uma mentira.
A também candidata Tabata Amaral (PSB) tem exposto, em peças de campanha, os crimes cometidos por Pablo Marçal e seus colegas do PRTB, como o próprio presidente, Leonardo Avalanche, que admitiu ter ligação com o PCC.
Marçal falou que não vai processar Tabata porque está com “preguiça”.
Fonte: Página 8