Jornalistas lamentam a morte dos colegas Hassouneh Salim e Sari Mansour, assassinados por Israel | Foto: Stringer/Reuters

60 organizações internacionais de defesa da liberdade de imprensa exigem da União Europeia que suspenda o acordo de parceria que assinou com Israel, devido a ataques a jornalistas – muitos deles mortais – e a violações da liberdade de imprensa de uma forma “sem precedentes” desde o início do genocídio em Gaza em 7 de outubro de 2023.

Segundo a agência de notícias alemã DPA, as organizações sublinharam que o governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu executou uma série de medidas, desde o início da invasão à Faixa de Gaza, “para limitar a liberdade dos meios de comunicação, o que praticamente levou à imposição de um sistema de censura”.

Sindicatos, Federações e organizações de imprensa da França, Espanha, Portugal, Suécia, Noruega, Bulgária, Sérvia, Finlândia, estão entre as dezenas que firmam a carta.

As entidades dos jornalistas solicitaram ao Ministro dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, Josep Borrell, e ao Comissário do Comércio, Valdis Dombrovskis, que suspendam o acordo de associação, que cobre especificamente o comércio com Israel, e que estabeleçam “sanções específicas aos responsáveis” pelas violações dos Direitos Humanos.

As organizações afirmaram na sua carta: “Mais de 100 jornalistas palestinos e 3 jornalistas libaneses foram mortos durante a guerra, tornando esse o período mais mortal” para o jornalismo em décadas.

Já o Sindicato dos Jornalistas Palestinos registra mais crimes afirmando que, desde o início da agressão contra o povo palestino na Faixa de Gaza e na Cisjordânia em 7 de outubro de 2023, 163 jornalistas foram mortos e 186 ficaram feridos.

As entidades internacionais destacaram a necessidade de prevenção de jornalistas estrangeiros na hora de entrar na Faixa de Gaza e denunciaram as “prisões arbitrárias” de profissionais da comunicação social, dos quais pelo menos 49 foram detidos, sublinhando que “o efeito cumulativo destas violações cria as condições de um vácuo mediático” e abre caminho “à desinformação” nos meios de comunicação social.

Finalmente, ressaltaram a necessidade urgente de preservar a liberdade de imprensa, proteger a vida dos jornalistas e pôr fim à impunidade, encaminhando as informações sobre esses crimes para a reunião de ministros das Relações Exteriores da União Europeia que se realizará em 29 de agosto na capital da Bélgica, Bruxelas.

Fonte: Papiro