Garoto palestino serve de escudo humano em Gaza | Vídeo da Al Jazeera

Denúncias são de que soldados israelenses obrigam adolescentes e idosos a seguirem na frente, algemados e de olhos vendados em operações perigosas: “Nossas vidas valem mais que as deles”, justificam os criminosos.

Investigação do jornal israelense Haaretz denuncia o uso que civis palestinos, sem qualquer participação em ações armadas, como escudos humanos pelas tropas de Netanyahu durante operações de risco nas incursões na Faixa de Gaza

Os palestinos que servem a esse covarde propósito são muitas vezes jovens de 16 anos, vestidos como soldados israelenses, com as mãos atadas são obrigados a arriscarem suas vidas entrando em túneis que podem conter explosivos ou locais onde os israelenses supõem possíveis emboscadas.

“Nossas vidas são mais importantes que as vidas deles,” foi dito aos soldados israelenses que questionaram a prática. A mentalidade racista ao extremo preside, portanto, a ação relatada pelo Haaretz e está em acordo com todo o restante da vileza genocida do ataque aos palestinos, dos quais perto de 40.000 já foram assassinados.

Segundo o Haaretz, há meses se tornou uma prática comum no exército o uso de escudos humanos por toda Gaza e que, apesar de ser um crime de guerra, é crime conhecido desde a base até os integrantes da linha de comando do exército de Israel.

Desde 2002, já havia relatos na Cisjordânia do uso de palestinos como escudos humanos por soldados israelenses na ‘Operação Escudo Defensivo’, durante a segunda intifada. Grupos de direitos humanos em petição à Suprema Corte de Israel em 2005 conseguiram tornar a prática um crime. Ao menos oficialmente.

“Os altos escalões sabem disso,” disse uma fonte do jornal. Apesar de ter evidências em vídeos divulgados pela Al Jazeera que soldados israelenses estavam vestindo palestinos com trajes do exército e enviando-os dentro de casas e túneis em missões suicidas, o exército de Israel se finge de ignorante diante das acusações e provas.

“Quando vi a reportagem da Al Jazeera, eu disse: ‘Ah, sim, é verdade’”, relatou ao Haaretz um soldado de uma brigada de Israel que usou de palestinos detidos como escudo humano. “E então vi a resposta das Forças de Defesa de Israel (FDI), que não reflete totalmente a realidade. É feita com o conhecimento do comandante da brigada, pelo menos.”

“Eles sabem que não é um incidente único de um comandante de companhia jovem e estúpido que decide por conta própria levar alguém.”

Outro soldado além de admitir o uso de escudos humanos, relatou que menores de idade e até idosos foram usados. “Houve momentos em que pessoas realmente idosas eram obrigadas a entrar nas casas”, disse.

Um outro soldado ressaltou a agressividade do comandante ao ser contrariado sobre o uso de escudos humanos:

“Um dos comandantes voltou-se para um dos soldados combatentes que tentava obter respostas e disse-lhe: ‘Você não concorda que a vida dos seus amigos seja muito mais importante do que a vida deles? E não é melhor que os nossos amigos viverão e não serão detonados por um dispositivo explosivo?’”

Fonte: Papiro