Interior de escola em Gaza após bombardeio israelense | Foto: Marco Longarini/AFP

“Ao menos dez escolas foram bombardeadas [em Gaza] nas últimas semanas. Não há nada que justifique estes massacres. Estamos consternados por este horripilante número total de atingidos”, declarou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

Sua mensagem de repúdio foi divulgada neste domingo (11), logo após a destruição mais recente de uma escola que assassinou mais de cem palestinos.

Borell convocou a União Europeia a definir sanções aos ministros israelenses Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir que, segundo o diplomata europeu, têm feito declarações de incitamento à “prática de crimes de guerra” pelas tropas de Israel.

“Enquanto o mundo pressiona por um cessar-fogo em Gaza, o Ministro Itamar Ben Gvir pede cortes no combustível e na ajuda aos civis. Assim como as declarações sinistras do ministro (Bezalel) Smotrich, isso é um incitamento a crimes de guerra. As sanções devem estar na agenda da nossa UE”, escreveu Borrell.

O diplomata instou ainda Netanyahu a se distanciar “inequivocamente” de tais apelos à prática de crimes de guerra. “Peço-lhe que participe de boa fé nas negociações facilitadas pelos Estados Unidos, Qatar e Egito para alcançar um cessar-fogo imediato”, assinalou.

Anteriormente, Borrell já tinha criticado as declarações do ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich, nas quais considerava “justificado e moral” permitir que dois milhões de habitantes de Gaza morressem de fome e sede.

O pretexto para o crime hitlerista seria a libertação dos reféns israelenses, coisa que seria perfeitamente possível com as negociações que ele próprio junto com Gvir e Netanyahu sabotam diariamente e de forma cada vez mais brutal.

Já Ben Gvir, no domingo (10) acusou Netanyahu de cometer um “erro grave” ao participar em conversações para uma possível trégua na Faixa de Gaza, justificando o contrário das negociações, ou seja, o massacre para evitar uma “rendição ao Hamas”, como se acordo com os palestinos para colocar fim à usurpação de suas terras fosse algum tipo de “rendição”.

Por iniciativa de Borell, os ministros do Exterior da União Europeia vão se reunir para discutir o conflito e os crimes de Israel nos dias 28 e 29 de agosto.

Após dez meses de guerra genocida, as autoridades de Saúde da Palestina informam que os bombardeios indiscriminados e a ofensiva terrestre das forças fascistas de ocupação contra Gaza deixaram até segunda-feira (12) 39.897 civis mortos e 92.152 feridos, enquanto milhares de vítimas permanecem não identificadas sob os escombros.

Fonte: Papiro