Cristina Kirchner criticou a ingerência dos Estados Unidos via OEA | Vídeo

“Ontem ouvi o chefe do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela ler o resultado da contagem da quase totalidade dos votos. Todos sabemos, porque o próprio CNE o informou, que o sistema foi hackeado e que por isso não tinham as atas para poder publicá-las. Mas também é evidente que se este escrutínio pôde ser abordado, que se ontem foi lido meticulosamente com precisão decimal em cada uma das candidaturas apresentadas, é porque há um sistema duplo de suporte, com atas que foram assinadas e enviadas. Peço, não só pelo povo venezuelano, pela oposição, pela democracia, pelo próprio legado de Hugo Chávez, que publiquem as atas, para que todos as possam examinar”, manifestou a ex-presidente argentina, Cristina Fernández, apelando às autoridades eleitorais da Venezuela para publicarem as atas das eleições de domingo, 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou vencedor o atual governante, Nicolás Maduro.

“É isso que devemos pedir: que as atas sejam publicadas para que todos possam analisá-las: a opinião pública internacional, a oposição, o povo da Venezuela”, assinalou Cristina em um fórum de debate e formação política organizado pelo partido no poder no México, o Movimento de Regeneração Nacional (Morena).

Da mesma forma, afirmou que concorda plenamente com o comunicado assinado quinta-feira, 1º de agosto, pelos governos do Brasil, México e Colômbia, no qual apelam às autoridades eleitorais venezuelanas para que publiquem rapidamente os dados das eleições discriminados por mesa de votação.

Por outro lado, pediu para lembrar que quando falamos da Venezuela, estamos falando da primeira reserva global de petróleo. «Nunca esqueçamos isto. Vamos explicar aos nossos compatriotas latino-americanos que existe um país no nosso território, na América Latina, que tem mais petróleo que os árabes e que se chama Venezuela”, frisou Cristina.

A líder argentina condenou a ingerência dos EUA via OEA que divulga sem provas a vitória do opositor nas eleições: “Mais uma vez ouvimos falar da OEA dos golpes de Estado como quando participou ativamente daquele golpe que poderia ter acabado com a morte de Evo. E isto é repetido por todos os meios, mas a história é a história e em algum momento aflora”.

A ex-presidente argentina (2007-2015) viajou ao México na noite da sexta-feira, (02), e a expectativa é que, além de sua participação no encerramento do curso internacional organizado pelo Morena, possivelmente se encontre nos próximos dias com o presidente mexicano, López Obrador, e sua sucessora, a presidente eleita, Claudia Sheinbaum.

Enquanto isso, o Supremo Tribunal de Justiça, que atende a solicitação de Maduro para realizar os escrutínio das eleições venezuelanas, solicita com 72 horas de prazo, que o Conselho Nacional Eleitoral apresente as atas das mesas de votação.

Fonte: Papiro